quarta-feira, junho 18, 2008

Tower Song (2)

Já viram a lua que temos hoje? Fogo, quando vinha para casa parecia enorme. Agora da janela já não parece tanto. Talvez tenha sido o facto de vir a ouvir smog que me turvou a vista.

Quando vinha a andar, pensava no post da torre e o que representava exactamente aquela torre de que eu próprio falava. Achei interessante o facto de ninguém ter perguntado o que era. Suponho que cada um de nós tem uma torre que nos impede de fazer aquilo que queremos e que cada um de vocês imaginou que a minha torre era a mesma que a vossa. Mas duvido. Na verdade nem eu próprio sabia bem do que falava.

8 comentários:

DN disse...

alguma coisa q nao deixa chegar, p um lado ou para o outro..

Anónimo disse...

por acaso vi. mas tava tanto frio e eu tava tão cheia de sono que foi só o tempo de fechar as portadas.

doutora teresa disse...

Caro Francisco,

Pela parte que me toca, interpretei a torre enquanto fulcro de obstáculos reminiscientes que nos impedem de nos relacionarmos sem medos com os outros indivíduos que nos rodeiam.

Por termos medos inconscientes e difíceis de superar, acabamos por construir uma torre de escadas íngremes onde nos fechamos e observamos, por trás das muralhas e das janelas, o outro que quer subir a escadaria íngreme para nos dizer olá.

Às vezes apetecer-nos-ia lá ir abaixo, às escadas, oferecer a nossa mão ao outro e ajudá-lo a subir connosco mas estamos recostados e procrastinados, embebidos nos obstáculos reminiscentes e metafísicos que queremos destruir mas não conseguimos.

Devenvolvemos um sentimento ambivalente: se por um lado gostaríamos de ter indivíduos connosco lá no alto ou descer a escadaria para nos revelarmos ao outro, por outro lado há um fatalismo que não conseguimos vencer, que é ficar eternamente a espreitar pelas janelas e pelas muralhas.

Espreitamos os outros que, de tanto tentarem subir as escadas e não conseguirem, avisam por sinais e gesticulações todos os que em fila estão para subir as escadas da nossa torre: "é melhor não irem, não dá para subir, lá em cima não querem que nós subamos".

No final, o que podemos observar, são as escadas das nossas torres vazias, a acumularem pó e areia, sem vestígios de presença humana.

Maria disse...

pode parecer que os que estão no topo não querem ninguém. a não ser que mostrem aos outros que podem ser uma rapunzel

(isto no fundo é profundo, vá mas soa a tardes da júlia a armar em auto-ajuda à la oprah)

Anónimo disse...

Achaste interessante que ninguém tenha perguntado o que era - Legítimo.

Se alguém tivesse perguntado, respondias?

Francisco disse...

não sei, talvez não.

Anónimo disse...

[pela terceira vez graça ao Blogger]

Não te vou perguntar o que é.
Mas vou perguntar porque é que não respondias. Porque não encontras a resposta, ou porque acreditas mesmo que o mistério é o nosso maior encanto?

Francisco disse...

quando escrevi não sabia a resposta. agora sei uma, provavelmente dentro de muitas hipóteses. mas não quero dizer tudo, em parte pelo mistério, sim. mas também por ser pessoal e por, assim, as pessoas imaginam o que quiserem.