«Wilson: How depressed are you?
House: I'm not depressed.
Wilson: You faked cancer.
House: It was an outpatient procedure. I was curious.
Wilson: Are you curious about heroin?
House: Not since last year's Christmas party. Whoof! [He then goes back to being serious] I know this goes against your nature, but can we not make too much of this?
Wilson: You made people think that you were going to die!
House: I didn't make them! I tried to hide it! You idiots needed to get into my business.
[Wilson starts laughing]
House: I'm sure I'll regret asking, but why are you laughing?
Wilson: It's ironic.
House: I'm sure I'll regret asking, but why?
Wilson: Depression in cancer patients. It's not as common as you think. It's not the dying that gets to people. It's the dying alone. The patients with family, with friends— they tend to do okay. You don't have cancer. You do have people who give a damn. So what do you do? You fake the cancer, then push the people who care away.
House: Because they're boring. Go home to your hotel room and laugh at that irony.
Wilson: Start small, House. Take a chance. Maybe something that doesn't involve sticking stuff in your brain. Pizza with a friend. A movie. Something.»
Dr. House, série 3, episódio 15
quinta-feira, setembro 27, 2007
sexta-feira, setembro 21, 2007
Em princípio, é isto
Nota do autor: Sei bem que o texto está um pouco ridículo em alguns momentos e isso deve-se ao facto de eu ter alguma dificuldade em pôr por palavras aquilo que quero dizer.
Não tenho grande vontade de vos escrever. Perdi-a. Não vou acabar com o blog mas não esperem a regularidade de posts dos últimos tempos. A razão pela qual perdi a vontade de escrever não interessa para o caso mas, a verdade, é que gostava de saber o porquê. O porquê no sentido de porque é que ‘aquilo’ me fez perder a vontade de comunicar com vocês já que a origem desse sentimento é, para mim, bastante clara. Não acho que seja um sentimento passageiro ou não estaria a fazer este post. Percebi que tenho de olhar para mim e por mim, agora. Os últimos tempos têm sido de grande instabilidade emocional e é por isso que sinto que preciso de fazer uma espécie de ‘retiro espiritual urbano’ para me recompor. Vou tentar aproveitar o muito tempo livre que vou ter durante este primeiro semestre de faculdade para recuperar a paz de espírito. Lembram-se daquele poema do Bob Dylan que eu postei há tempos? Pois bem, é esse sentimento que eu quero atingir.
«O que é que isso tem haver com o blog?», poderão vocês perguntar. A resposta é simples, quer queira quer não, o blog acaba por ser uma forma de exprimir sentimentos. E para me ‘recompor’ preciso de fechar esta constante fuga de sentimentos. Há um momento para tudo e este é para deixar os meus sentimentos e pensamentos comigo. Contrariamente ao que diz na descrição do blog, vão deixar de encontrar os meus pensamentos aqui. Deixou de haver razão para eles estarem aqui.
Desde a alguns meses para cá que o blog tem sido uma janela para a minha cabeça. E uma coisa é certa, aquilo que viram nunca foi, de forma alguma, exagerado. Sempre que estou numa situação ou com as pessoas visadas em alguns dos meus posts percebo isso mesmo. Aquilo que viram foram «os meus pensamentos e eu». Alguns gostaram do que leram, outros nem por isso mas, claro, não se pode agradar a todos. Pior foi talvez o que ficaram indiferentes. Qualquer que seja o vosso caso, obrigado por terem ouvido os meus desabafos, «thank you for coming here, thank you for being you».
Não tenho grande vontade de vos escrever. Perdi-a. Não vou acabar com o blog mas não esperem a regularidade de posts dos últimos tempos. A razão pela qual perdi a vontade de escrever não interessa para o caso mas, a verdade, é que gostava de saber o porquê. O porquê no sentido de porque é que ‘aquilo’ me fez perder a vontade de comunicar com vocês já que a origem desse sentimento é, para mim, bastante clara. Não acho que seja um sentimento passageiro ou não estaria a fazer este post. Percebi que tenho de olhar para mim e por mim, agora. Os últimos tempos têm sido de grande instabilidade emocional e é por isso que sinto que preciso de fazer uma espécie de ‘retiro espiritual urbano’ para me recompor. Vou tentar aproveitar o muito tempo livre que vou ter durante este primeiro semestre de faculdade para recuperar a paz de espírito. Lembram-se daquele poema do Bob Dylan que eu postei há tempos? Pois bem, é esse sentimento que eu quero atingir.
«O que é que isso tem haver com o blog?», poderão vocês perguntar. A resposta é simples, quer queira quer não, o blog acaba por ser uma forma de exprimir sentimentos. E para me ‘recompor’ preciso de fechar esta constante fuga de sentimentos. Há um momento para tudo e este é para deixar os meus sentimentos e pensamentos comigo. Contrariamente ao que diz na descrição do blog, vão deixar de encontrar os meus pensamentos aqui. Deixou de haver razão para eles estarem aqui.
Desde a alguns meses para cá que o blog tem sido uma janela para a minha cabeça. E uma coisa é certa, aquilo que viram nunca foi, de forma alguma, exagerado. Sempre que estou numa situação ou com as pessoas visadas em alguns dos meus posts percebo isso mesmo. Aquilo que viram foram «os meus pensamentos e eu». Alguns gostaram do que leram, outros nem por isso mas, claro, não se pode agradar a todos. Pior foi talvez o que ficaram indiferentes. Qualquer que seja o vosso caso, obrigado por terem ouvido os meus desabafos, «thank you for coming here, thank you for being you».
Já dizia o Pedro Mexia
«Infelizmente, a diferença não está entre as pessoas que nos querem bem e as pessoas que nos querem mal. Está entre as que nos fazem bem e aquelas que nos fazem mal.»
quinta-feira, setembro 20, 2007
As pequenas atitudes escondem sempre coisas importantes
«When you laugh about people who feel so
Very lonely
Their only desire is to die
Well, I'm afraid
It doesn't make me smile
I wish I could laugh
But that joke isn't funny anymore
It's too close to home
And it's too near the bone
It's too close to home
And it's too near the bone
More than you'll ever know»
The Smiths - That Joke Isn't Funny Anymore
Very lonely
Their only desire is to die
Well, I'm afraid
It doesn't make me smile
I wish I could laugh
But that joke isn't funny anymore
It's too close to home
And it's too near the bone
It's too close to home
And it's too near the bone
More than you'll ever know»
The Smiths - That Joke Isn't Funny Anymore
quarta-feira, setembro 19, 2007
As pequenas coisas
Queriam a minha inspiração de volta? Pois bem, já me a deram. Já a tenho comigo. Este é o resultado:
E pronto. Há uns posts atrás disse que as pequenas coisas não me deixam indiferente. Acho que é nas pequenas coisas que vemos as verdadeiras intenções das pessoas, é nelas que as pessoas fazem o que querem. Nas coisas mais importantes, como sabem que estas terão consequências mais profundas, fazem o que devem e não o que querem. Mais uma vez, foram as «pequenas coisas» que me lixaram. São sempre.
Outra coisa que me chateia é as pessoas acharem que já passaram por aquilo que nós estamos a passar quando, quase sempre, os dois casos não têm nada em comum. Devem achar que se o fizerem eu as terei em maior consideração. A verdade é que sempre que falo com alguém sobre alguma coisa, isso pressupõe uma série de outras coisas que estão para trás, coisas do nosso passado, que a outra pessoa não conhece e que provavelmente nunca virá a conhecer. Como pode então uma pessoa dizer que passou pelo mesmo quando tudo o que se passou antes de ambos termos passados pela «mesma situação» é tão diferente? (isto, claro, no caso de terem mesmo estado numa situação semelhante e não estarem a inventar ou a exagerar) Não será consequentemente uma situação diferente? Depois ouvimos o testemunho do outro e percebemos o quão certos estávamos, o quão diferente é a nossa situação. Como disse no início do post, ainda que noutro contexto, as pequenas coisas fazem uma grande diferença.
«How can anybody say
They know how I feel?
The only one around here
Who is me, is me
(...)
How can anybody say
They know how I feel?
When they are they,
And only I am I»
Morrissey - How Can Anybody Possibly Know How I Feel?
Não quero dizer com isto que as pessoas não possam tentar perceber aquilo que estou a dizer e dar a sua opinião sobre o assunto. Mas a verdade é que nunca compreenderão a situação na totalidade. Mais que não seja porque não sentem as coisas como eu (não passaram por aquilo que eu passei).
E pronto. Há uns posts atrás disse que as pequenas coisas não me deixam indiferente. Acho que é nas pequenas coisas que vemos as verdadeiras intenções das pessoas, é nelas que as pessoas fazem o que querem. Nas coisas mais importantes, como sabem que estas terão consequências mais profundas, fazem o que devem e não o que querem. Mais uma vez, foram as «pequenas coisas» que me lixaram. São sempre.
Outra coisa que me chateia é as pessoas acharem que já passaram por aquilo que nós estamos a passar quando, quase sempre, os dois casos não têm nada em comum. Devem achar que se o fizerem eu as terei em maior consideração. A verdade é que sempre que falo com alguém sobre alguma coisa, isso pressupõe uma série de outras coisas que estão para trás, coisas do nosso passado, que a outra pessoa não conhece e que provavelmente nunca virá a conhecer. Como pode então uma pessoa dizer que passou pelo mesmo quando tudo o que se passou antes de ambos termos passados pela «mesma situação» é tão diferente? (isto, claro, no caso de terem mesmo estado numa situação semelhante e não estarem a inventar ou a exagerar) Não será consequentemente uma situação diferente? Depois ouvimos o testemunho do outro e percebemos o quão certos estávamos, o quão diferente é a nossa situação. Como disse no início do post, ainda que noutro contexto, as pequenas coisas fazem uma grande diferença.
«How can anybody say
They know how I feel?
The only one around here
Who is me, is me
(...)
How can anybody say
They know how I feel?
When they are they,
And only I am I»
Morrissey - How Can Anybody Possibly Know How I Feel?
Não quero dizer com isto que as pessoas não possam tentar perceber aquilo que estou a dizer e dar a sua opinião sobre o assunto. Mas a verdade é que nunca compreenderão a situação na totalidade. Mais que não seja porque não sentem as coisas como eu (não passaram por aquilo que eu passei).
terça-feira, setembro 18, 2007
What I suffered then, and still suffer, is not for pen to write or paper to record
Sempre pensei que não tinha a capacidade de me emocionar a ler um livro. Por falta de capacidade de concentração ou assim. Isto até, recentemente, ter lido De Profundis de Oscar Wilde. Não vou recomendar o livro a ninguém, acho que não é para ser lido por recomendação. Mas posso vos dizer de que trata e, quem sabe, convencer-vos assim. O livro é uma carta de Oscar Wilde para um amigo. Nela ele analisa de forma profunda o seu amigo e a relação entre os dois. Não sei se ele sabia que acabaria por ser publicado ou não mas a verdade é que ele escreve de forma universal, usa a relação deles como um meio para chegar a considerações que podem ser transportadas para a nossa vida. Por três vezes emocionei-me com as suas palavras. Por duas vezes por razões pessoais, outra por isto (gosto mais de ler o excerto em português mas tinha de o estar a redigir):
«When I was brought down from my prison to the Court of Bankruptcy, between two policemen, - waited in the long dreary corridor that, before the whole crowd, whom an action so sweet and simple hushed into silence, he [Robbie] might gravely raise his hat to me, as, handcuffed and with bowed head, I passed him by. Men have gone to heaven for smaller things than that. It was in this spirit, and with this mode of love, that the saints knelt down to wash the feet of the poor, or stooped to kiss the leper on the cheek. I have never said one single word to him about what he did. I do not know to the present moment whether he is aware that I was even conscious of his action. It is not a thing for which one can render formal thanks in formal words. I store it in the treasure-house of my heart. I keep it there as a secret debt that I am glad to think I can never possibly repay. It is embalmed and kept sweet by the myrrh and cassia of many tears. When wisdom has been profitless to me, philosophy barren, and the proverbs and phrases of those who have sought to give me consolation as dust and ashes in my mouth, the memory of that little, lovely, silent act of love has unsealed for me all the wells of pity: made the desert blossom like a rose, and brought me out of the bitterness of lonely exile into harmony with the wounded, broken, and great heart of the world.»
Pensar em toda aquela cena, em que um homem algemado vê tirar outro prestar-lhe homenagem perante uma multidão, não propriamente de apoiantes visto que Oscar Wilde viu o seu nome manchado durante todo o processo que levou à sua prisão, deixa-me de lágrimas nos olhos. Como ele diz, esta acção é uma acção perante a qual nada se pode dizer, não há palavras de agradecimento para um gesto destes. Um gesto em que a única intenção é mostrar respeito, admiração e amizade. Na minha opinião, isto é amor.
«When I was brought down from my prison to the Court of Bankruptcy, between two policemen, - waited in the long dreary corridor that, before the whole crowd, whom an action so sweet and simple hushed into silence, he [Robbie] might gravely raise his hat to me, as, handcuffed and with bowed head, I passed him by. Men have gone to heaven for smaller things than that. It was in this spirit, and with this mode of love, that the saints knelt down to wash the feet of the poor, or stooped to kiss the leper on the cheek. I have never said one single word to him about what he did. I do not know to the present moment whether he is aware that I was even conscious of his action. It is not a thing for which one can render formal thanks in formal words. I store it in the treasure-house of my heart. I keep it there as a secret debt that I am glad to think I can never possibly repay. It is embalmed and kept sweet by the myrrh and cassia of many tears. When wisdom has been profitless to me, philosophy barren, and the proverbs and phrases of those who have sought to give me consolation as dust and ashes in my mouth, the memory of that little, lovely, silent act of love has unsealed for me all the wells of pity: made the desert blossom like a rose, and brought me out of the bitterness of lonely exile into harmony with the wounded, broken, and great heart of the world.»
Pensar em toda aquela cena, em que um homem algemado vê tirar outro prestar-lhe homenagem perante uma multidão, não propriamente de apoiantes visto que Oscar Wilde viu o seu nome manchado durante todo o processo que levou à sua prisão, deixa-me de lágrimas nos olhos. Como ele diz, esta acção é uma acção perante a qual nada se pode dizer, não há palavras de agradecimento para um gesto destes. Um gesto em que a única intenção é mostrar respeito, admiração e amizade. Na minha opinião, isto é amor.
domingo, setembro 16, 2007
Cenas bonitas e outras coisas mais. No fundo, apenas um novo post.
Não tenho nada para dizer mas vocês, ou antes a S. (como diria o Pedro Mexia no seu Estado Civil), anda a chatear-me para fazer um novo post e, por isso, aqui está ele. Acho que já fiz uma vez isto, começar a escrever sem saber o que vou escrever e acabar a falar sobre uma porcaria qualquer. Ah, já sei.
Ontem andei de autocarro, coisa que não faço com muita frequência. Sou mais metro (nada de piadas com metrosexual, se faz favor). Ainda por cima foi em hora de ponta e, claro, há sempre qualquer coisa a acontecer num 35 apinhado de gente. Até meio da viagem nada aconteceu para além do normal cheiro a suor e a idosos dos autocarros. Foi então que, sem querer, acabei por apanhar bocados da conversa de um rapaz de 25 anos ao telefone. Pelos bocados de conversa que apanhei e pela expressão dele, percebi que a namorada estava a acabar com ele. E ele recebia a notícia pelo telefone num autocarro apinhado de gente. Que melhor maneira de receber esta notícia? Nenhuma, pelo menos desta forma asseguram-se de que nunca mais voltaram a ter nada. Gostei especialmente do último bocado de conversa que apanhei: na despedida, este coração despedaçado, tem a gentileza de dizer: «e já agora bom natal!» No fundo mostra que não está ressentido com o que acabou de acontecer ou que, mesmo estando, consegue não perder a compostura e continua a querer o melhor para a outra pessoa. Isto é bonito. Infelizmente, saiu logo a seguir a desligar o telemóvel mas a verdade é que me parecia transtornado com a situação. Mas, como o próprio disse ao telefone, «não vou chorar». E não chorou.
Voltando à S., e em modo sarcástico (achei que convinha dizer não fossem vocês achar que eu estava a falar a sério): agora já posso concordar contigo e dizer que pode haver cenas bonitas em autocarros.
Ontem andei de autocarro, coisa que não faço com muita frequência. Sou mais metro (nada de piadas com metrosexual, se faz favor). Ainda por cima foi em hora de ponta e, claro, há sempre qualquer coisa a acontecer num 35 apinhado de gente. Até meio da viagem nada aconteceu para além do normal cheiro a suor e a idosos dos autocarros. Foi então que, sem querer, acabei por apanhar bocados da conversa de um rapaz de 25 anos ao telefone. Pelos bocados de conversa que apanhei e pela expressão dele, percebi que a namorada estava a acabar com ele. E ele recebia a notícia pelo telefone num autocarro apinhado de gente. Que melhor maneira de receber esta notícia? Nenhuma, pelo menos desta forma asseguram-se de que nunca mais voltaram a ter nada. Gostei especialmente do último bocado de conversa que apanhei: na despedida, este coração despedaçado, tem a gentileza de dizer: «e já agora bom natal!» No fundo mostra que não está ressentido com o que acabou de acontecer ou que, mesmo estando, consegue não perder a compostura e continua a querer o melhor para a outra pessoa. Isto é bonito. Infelizmente, saiu logo a seguir a desligar o telemóvel mas a verdade é que me parecia transtornado com a situação. Mas, como o próprio disse ao telefone, «não vou chorar». E não chorou.
Voltando à S., e em modo sarcástico (achei que convinha dizer não fossem vocês achar que eu estava a falar a sério): agora já posso concordar contigo e dizer que pode haver cenas bonitas em autocarros.
sexta-feira, setembro 14, 2007
Últimos dias (2)
«Lonely? ah yes
but it is the flowers and the mirrors
of flowers that now meet my
loneliness
and mine shall be a strong loneliness
dissolving deep
to the depths of my freedom
and that, then, shall
remain my song»
Bob Dylan - 11 Outlined Epitaphs
but it is the flowers and the mirrors
of flowers that now meet my
loneliness
and mine shall be a strong loneliness
dissolving deep
to the depths of my freedom
and that, then, shall
remain my song»
Bob Dylan - 11 Outlined Epitaphs
Últimos dias
Nos últimos dias tenho-me andado a sentir bem e por isso a minha imaginação para a escrita desaparece. Cinema, Teatro, almoços e jantares são algumas das coisas que têm ocupado os meus dias e me têm feito sentir assim. Os últimos posts já foram a encher chouriços e este não é diferente.
quarta-feira, setembro 12, 2007
Pergunta retórica
Existirá alguma coisa melhor que uma fatia de tarte de maçã com uma bola de gelado?
terça-feira, setembro 11, 2007
11 de Setembro
Come you masters of war
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
[...]
You fasten all the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
While the death count gets higher
Then you hide in your mansion
While the young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud
You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins
How much do I know
To talk out of turn
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do
Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul
[...]
Bob Dylan - Masters Of War (1963)
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
[...]
You fasten all the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
While the death count gets higher
Then you hide in your mansion
While the young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud
You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins
How much do I know
To talk out of turn
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do
Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul
[...]
Bob Dylan - Masters Of War (1963)
domingo, setembro 09, 2007
Não concordo muito com aquilo que escrevi no post anterior. Tive a pensar e a verdade é que há outra grande preocupação no futebol: não se deve pensar no jogo seguinte antes de jogar o anterior. Na vida, isso não é uma preocupação, é um facto. A preocupação na lesão, essa sim, tal como no futebol, existe. Fica o reparo.
sexta-feira, setembro 07, 2007
Nota do autor: Este post tem uma metáfora futebolística. Poderia ter aprofundado mais a metáfora futebolística mas optei por não o fazer para que o post não perdesse carga emocional. Achei piada a escrever isto mas não deixei de estar na merda. E quero que isso passe para vocês leitores. E estou-me a cagar para a pessoalidade do post, os leitores, ou são pessoas que me conhecem pessoalmente muito bem, ou que nem conheço pessoalmente, não há pessoas que conheço pessoalmente mal, por isso, em qualquer dos casos, não fará grande diferença.
Há dias em que me sinto tão na merda que deixo de me sentir na merda e passo a sentir-me parte integrante da própria merda. Escusado será dizer que hoje é um desses dias.
Muitas vezes não são os problemas que nos fazem afocinhar na merda, quem normalmente dá a rasteira final, aquela que nos desequilibra, são as soluções que temos disponíveis para resolver esses problemas. Ou antes, a falta delas. O que é que se faz quando não queremos escolher nenhum dos caminhos que temos perante nós? E se, qualquer que seja aquele que escolhermos, perdemos? «What difference does it make which one I choose? Either way I lose.» diria a Nina Simone. E a verdade é esta. Às vezes saímos a perder quaisquer que sejam as nossas acções. Interessa perder por menos? No futebol à uma máxima que diz, quando uma equipa está a perder, «perdidos por um, perdidos por mil» para justificar o exagero da perseguição de, pelo menos, o empate. Mas será que isto se aplica na vida real? Será que vale a pena arriscar enterrarmo-nos mais na merda e lutar pela esperança de sairmos vitoriosos? Ou devemos, simplesmente, aceitar a nossa perda, por muito grande que ela nos possa parecer, e esperar que no próximo ‘jogo’ a sorte e a arte estejam do nosso lado? Será que possuímos uma equipa médica suficientemente boa que justifique a esperança que, quase certamente, nos levará a uma lesão ainda maior? Sim, porque neste jogo estamos a perder e lesionados.
Suponho que cada um de nós teria uma resposta diferente para uma mesma situação. Mas, haverá respostas mais correctas que outras? Mesmo que uma das respostas leve à vitória e a outra leve a uma derrota pesada e dolorosa, será que é mais correcta por isso? E se a resposta que nos levou à derrota foi a de lutarmos e a que nos levou à vitória foi a de partir para o próximo jogo (jogo esse que teríamos perdido a oportunidade de jogar se tivéssemos optado por prolongado o anterior)? E se mesmo que optemos por seguir para o próximo jogo estamos lesionados, do jogo anterior, e não o podemos jogar? E se a lesão for grave ou nos deixar com sequelas para a vida como o Mantorras? E é aí que voltamos à outra questão por mim colocada «Será que vale a pena arriscar enterrarmo-nos mais na merda e lutar pela esperança de sairmos vitoriosos?» Será que vale a pena agravar a lesão na procura da vitória? E assim passamos os dias entre as duas respostas possíveis e o medo de estar a agravar a lesão (que é impossível de avaliar no momento, ainda que nos pareça grave) que não espera pela nossa decisão. O problema é este. A dor não espera, corrói sem piedade.
Suponho que nestas situações ajude ser uma pessoa decidida. E isso, eu não sou. Suponho que nestas situações ajude ter confiança em nós próprios. E isso, eu não tenho. Suponho que nestas situações ajude ter alguma sorte. E essa, nem vê-la. Suponho, por fim, que nestas situações ajude ter um espírito calmo e constante. Mas eu sou influenciado por coisas tão pequenas… Então quando as pequenas coisas vêem do nosso ‘adversário’ deixam de ser pequenas e ganham uma nova dimensão. E se as pequenas coisas já me influenciam, as grandes, derrubam-me.
Há dias em que me sinto tão na merda que deixo de me sentir na merda e passo a sentir-me parte integrante da própria merda. Escusado será dizer que hoje é um desses dias.
Muitas vezes não são os problemas que nos fazem afocinhar na merda, quem normalmente dá a rasteira final, aquela que nos desequilibra, são as soluções que temos disponíveis para resolver esses problemas. Ou antes, a falta delas. O que é que se faz quando não queremos escolher nenhum dos caminhos que temos perante nós? E se, qualquer que seja aquele que escolhermos, perdemos? «What difference does it make which one I choose? Either way I lose.» diria a Nina Simone. E a verdade é esta. Às vezes saímos a perder quaisquer que sejam as nossas acções. Interessa perder por menos? No futebol à uma máxima que diz, quando uma equipa está a perder, «perdidos por um, perdidos por mil» para justificar o exagero da perseguição de, pelo menos, o empate. Mas será que isto se aplica na vida real? Será que vale a pena arriscar enterrarmo-nos mais na merda e lutar pela esperança de sairmos vitoriosos? Ou devemos, simplesmente, aceitar a nossa perda, por muito grande que ela nos possa parecer, e esperar que no próximo ‘jogo’ a sorte e a arte estejam do nosso lado? Será que possuímos uma equipa médica suficientemente boa que justifique a esperança que, quase certamente, nos levará a uma lesão ainda maior? Sim, porque neste jogo estamos a perder e lesionados.
Suponho que cada um de nós teria uma resposta diferente para uma mesma situação. Mas, haverá respostas mais correctas que outras? Mesmo que uma das respostas leve à vitória e a outra leve a uma derrota pesada e dolorosa, será que é mais correcta por isso? E se a resposta que nos levou à derrota foi a de lutarmos e a que nos levou à vitória foi a de partir para o próximo jogo (jogo esse que teríamos perdido a oportunidade de jogar se tivéssemos optado por prolongado o anterior)? E se mesmo que optemos por seguir para o próximo jogo estamos lesionados, do jogo anterior, e não o podemos jogar? E se a lesão for grave ou nos deixar com sequelas para a vida como o Mantorras? E é aí que voltamos à outra questão por mim colocada «Será que vale a pena arriscar enterrarmo-nos mais na merda e lutar pela esperança de sairmos vitoriosos?» Será que vale a pena agravar a lesão na procura da vitória? E assim passamos os dias entre as duas respostas possíveis e o medo de estar a agravar a lesão (que é impossível de avaliar no momento, ainda que nos pareça grave) que não espera pela nossa decisão. O problema é este. A dor não espera, corrói sem piedade.
Suponho que nestas situações ajude ser uma pessoa decidida. E isso, eu não sou. Suponho que nestas situações ajude ter confiança em nós próprios. E isso, eu não tenho. Suponho que nestas situações ajude ter alguma sorte. E essa, nem vê-la. Suponho, por fim, que nestas situações ajude ter um espírito calmo e constante. Mas eu sou influenciado por coisas tão pequenas… Então quando as pequenas coisas vêem do nosso ‘adversário’ deixam de ser pequenas e ganham uma nova dimensão. E se as pequenas coisas já me influenciam, as grandes, derrubam-me.
quinta-feira, setembro 06, 2007
Deus
Mais tarde...
«And I am so very tired
Of doing the right thing
Dear God, please help me»
Morrissey - Dear God, Please Help Me
«And lord, help me to smile
Another smile, just one more smile;
Don't think I can do things on my own.
I never thought I needed help before;
Thought that I could get by - by myself.
But now I know I just can't take it any more.
And with a humble heart, on bended knee,
I'm beggin' You please for help»
Larry Gatlin / Johnny Cash - Help Me
...ou mais cedo...
«Oh please god bring relief
even if it’s only brief»
Jens Lekman - Maple Leafs
...todos acabam por pedir ajuda a Deus.
«And I am so very tired
Of doing the right thing
Dear God, please help me»
Morrissey - Dear God, Please Help Me
«And lord, help me to smile
Another smile, just one more smile;
Don't think I can do things on my own.
I never thought I needed help before;
Thought that I could get by - by myself.
But now I know I just can't take it any more.
And with a humble heart, on bended knee,
I'm beggin' You please for help»
Larry Gatlin / Johnny Cash - Help Me
...ou mais cedo...
«Oh please god bring relief
even if it’s only brief»
Jens Lekman - Maple Leafs
...todos acabam por pedir ajuda a Deus.
terça-feira, setembro 04, 2007
Kanye West - bow in the presence of greatness
Se dúvidas havia que o Kanye West pretence a uma diferente categoria de hip-hop as dúvidas estão dissipadas com a chegada (já andam aí há uns tempos) dos dois novos singles retirados do seu novo álbum, Graduation.
Comecemos pela Stronger, uma sample de daft punk que obriga a bater o pé e uma letra interessante:
Let's get lost tonight
You could be my black Kate Moss tonight
Play secretary, I'm the boss tonight
And you don't give a fuck what they all say right?
Awesome, the christian and and Christian Dior
Damn, they don't make 'em like this anymore
I ask, cause I'm not sure
Do anybody make real shit anymore?
Bow in the presence of greatness
Cause right now thou has forsaken us
A segunda, Can't tell me, perde talvez em termos intrumentais mas ganha, sem dúvida, na letra. Não é por acaso que o Will Oldham (o de calções vermelhos), também conhecido por Bonnie 'Prince' Billy (e que eu tive o prazer de ver ao vivo este ano), participa no video. A verdade é que a letra reflete as dúvidas existenciais que o BPB tão bem exprime nas suas letras. Se não vejam:
I had a dream I could buy my way to heaven
When I awoke I spent that on a necklace
I told God I'd be back in a second
Man its so hard not to act reckless
To whom much is given much is tested
Get arrested guess until he get the message
I feel the pressure
under more scrutiny
And what I do?
Act more stupidly
Bought more jewelry, more Louis V
My momma couldn't get through to me
The drama. People suing me.
I'm on TV talkin like its just you and me
I'm just saying how I feel man
I ain't one of the Cosby's
I ain't go to Hill man
I guess the money should have changed him
I guess I should have forgot where I came from
e mais à frente:
They say I talk with so much emphasis
Ohhh ... they so sensitive
Don't ever fix your lips like collagen
And then say something where you gonna end up apologin
Let me know if its a problem then
Comecemos pela Stronger, uma sample de daft punk que obriga a bater o pé e uma letra interessante:
Let's get lost tonight
You could be my black Kate Moss tonight
Play secretary, I'm the boss tonight
And you don't give a fuck what they all say right?
Awesome, the christian and and Christian Dior
Damn, they don't make 'em like this anymore
I ask, cause I'm not sure
Do anybody make real shit anymore?
Bow in the presence of greatness
Cause right now thou has forsaken us
A segunda, Can't tell me, perde talvez em termos intrumentais mas ganha, sem dúvida, na letra. Não é por acaso que o Will Oldham (o de calções vermelhos), também conhecido por Bonnie 'Prince' Billy (e que eu tive o prazer de ver ao vivo este ano), participa no video. A verdade é que a letra reflete as dúvidas existenciais que o BPB tão bem exprime nas suas letras. Se não vejam:
I had a dream I could buy my way to heaven
When I awoke I spent that on a necklace
I told God I'd be back in a second
Man its so hard not to act reckless
To whom much is given much is tested
Get arrested guess until he get the message
I feel the pressure
under more scrutiny
And what I do?
Act more stupidly
Bought more jewelry, more Louis V
My momma couldn't get through to me
The drama. People suing me.
I'm on TV talkin like its just you and me
I'm just saying how I feel man
I ain't one of the Cosby's
I ain't go to Hill man
I guess the money should have changed him
I guess I should have forgot where I came from
e mais à frente:
They say I talk with so much emphasis
Ohhh ... they so sensitive
Don't ever fix your lips like collagen
And then say something where you gonna end up apologin
Let me know if its a problem then
domingo, setembro 02, 2007
Férias - Douro, Palácio do Freixo, Porto
«somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, mysteriously) her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands»
e. e. cummings
«How many times can a man turn his head,
And Pretend that he just doesn't see?»
Bob Dylan - Blowin' in the Wind
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, mysteriously) her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands»
e. e. cummings
«How many times can a man turn his head,
And Pretend that he just doesn't see?»
Bob Dylan - Blowin' in the Wind
sábado, setembro 01, 2007
Férias
«Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.»
Sophia de Mello Breyner - Liberdade
Boa noite, caros leitores
Aqui estou eu de regresso. Continuo o mesmo trombas que vocês já conhecem com apenas uma novidade: mais calmo. É esse o efeito que Santa cruz tem em mim. Vou para lá desde sempre, e a verdade é que nunca tinha notado tantas mudanças como agora. De um ano para o outro fez-se de tudo, tendo levado o meu irmão a comentar, e bem: «Dr. António Costa ponha os olhos nisto». De todas as mudanças gostei principalmente da ciclovia. Todos os dias ia passear para lá, tomando algumas estradas mais pequenas por entre as estufas e as hortas para respirar o ar do campo. Mas dizia eu que ir para lá me acalma, a praia mesmo à frente de casa, o som das ondas, a liberdade de um passeio de bicicleta, um bonito pôr-do-sol todos os dias, a pouca urbanização (que de ano para ano vem sendo maior) e até a solidão, que permite não ter de dar satisfações a ninguém. Mas a verdade é que estou de volta. Mas não estou de volta só à cidade, e tudo o que isso implica, estou de volta às coisas que me deixam triste. Não que estas coisas nao estejam na minha cabeça, estão, mas quase parecem não ser problemas. Ganham uma dimensão diferente enquadradas em toda a beleza natural que Santa Cruz proporciona. Agora que estou de regresso sinto-me mais capaz de enfrentar mais um ano (penso que já referi que para mim os anos começam em Setembro e não em Janeiro) mas a verdade é que não vou deixar de ser o deprimido a que já vos habituei.
Subscrever:
Mensagens (Atom)