quinta-feira, janeiro 25, 2007

Jantares da facudade (mas que depois acaba a ser sobre a minha geração porque estou a ouvir JP Simões)

Há uma coisa que me irrita profundamente nos jantares que tenho com os meus amigos da faculdade e, supondo que isto é geral e tendo eu um jantar com amigos da faculdade hoje, decidi partilhar com vocês a minha angústia.

Todos nós conhecemos a celebre cantiga "e se o "introduzir nome da pessoa visada" quer ser cá da malta tem de beber este copo até ao fim, até ao fim, e vai a cima, etc.", o que se calhar alguns de vocês nunca tiveram a oportunidade de experimentar é ouvir esta música cantada cinco vezes em um minuto. Mas eu já e acreditem no que eu vos digo, irrita, e muito. Qual é o sentido das pessoas cantarem e quando a pessoa vai a meio do copinho, já está tudo a discutir qual será a próxima vítima? Sim, porque é isso que as pessoas visadas são, vítimas. Está uma pessoa muito bem a ter uma conversa animada ou a deliciar-se com a comida (bom, se calhar isso nunca aconteceu já que os jantares da faculdade são sempre em sítios rascas) quando ouve o seu nome começar a ser gritado no outro lado da mesa.

Eu: “Então mas tu não ias…”
O outro lado da mesa: “E se o excelentíssimo quer ser cá da malta..."
Eu: “…”

Mas o pior é que eu não gosto de beber álcool, simplesmente porque me sabe melhor beber outras coisas, logo tenho sempre de ouvir esta musiquinha e dizer:

Eu: “Epá, vocês já sabem que eu não bebo”

Escusado será dizer que depois tenho de ouvir uma, ou eventualmente as duas, das seguintes frases:

Os do outro lado da mesa: “Tens a pila murcha”
Os do lado cá da mesa: “Cheiras a leitinho”

Não que me irrite ouvir estas belas frases mas também não acho grande piada porque, simplesmente, não tem. Já partilhei esta minha angústia com uma amiga minha a meio do último jantar e consegui fazê-la constatar que realmente o nosso grupo canta em exagero. Ao partilhar isto com o meu amigo mais, digamos, animado este respondeu-me que era só para “o pessoal começar a embebedar-se”. Sim, realmente é uma maneira eficiente de começar a embebedar as pessoas porque eu tenho constatado que resulta sempre em muita alegria. Mas, para que é que eu quero ver toda gente bêbada à minha volta? Não percebo.

O JP Simões já perdeu a esperança na sua geração. Por exemplo, na música "1970 (Retrato)" diz:

"A minha geração já se calou, já se perdeu, já amuou, já se cansou, desapareceu ou então casou, ou então mudou, ou então morreu, já se acabou."

Mas eu ainda não perdi esperança na minha geração, a geração das saídas à noite, até porque, eu próprio represento duas das piores características de todas as gerações: o dizer mal por tudo e por nada, como se viu neste post, e a preguiça. A preguiça de mudar. A preguiça de tomar a iniciativa. A preguiça de escrever no blog. A preguiça de ir estudar porque tenho um exame às 17. A preguiça de acordar cedo. A preguiça de terminar este post. A preguiça de não terminar este post. A preguiça de pensar numa forma engraçada de acabar este post.

5 comentários:

Marvin disse...

vida de universitário é assim...

Anónimo disse...

ah esses são teus amigos.
masoquista és.
de qualquer forma gabo a paciência de
fazer parte desses certames e parabenizo todos aqueles que insistem,
que se sacrificam em permanecer.
ou então não.

Francisco disse...

Não disse mas costumo fazer o sacrifício de beber um penalty de sangria quando é um brinde geral. O que já não é nada mau.

Francisco disse...

Ah, (não é que vos interesse mas) o jantar foi bastante bom. :)

Anónimo disse...

lol. febras.