"I'm not what's missing from your life now
I could never be the puzzle pieces.
They say that God makes problems
Just to see what you can stand
Before you do as the devil pleases
And give up the thing you love"
Elliott Smith - Pitseleh
Não é quando me sinto mais deprimido que me apetece ouvir Elliott Smith. É, isso sim, quando me sinto mais confuso. E é nestes dias que as palavras ganham mais influência sobre nós. Estamos numa corda bamba de sentimentos e em que, à mínima coisa, podemos balançar para um dos lados. Eu prefiro um propositado balançar para o lado a tristeza. Mais vale mergulharmos que ser empurrados. A queda é de uma mesma altura mas assim somos mais amparados.
O sentimento de confusão é usado como "a mask of self-hate", como muito bem dizia o Ian Curtis, pois nada de positivo poderá vir dele, a esperança "confronts and then dies" sempre. Decidir que não podemos ter aquilo que queremos é muitas vezes um processo que exige pouca auto-estima, perceber que não poderemos ser as peças do puzzle e desistir, mas esse não é dos meus maiores problemas.
E não me venham com tretas, destruir a esperança é importante, sim, quando esta nunca deveria ter existido.
O sentimento de confusão é usado como "a mask of self-hate", como muito bem dizia o Ian Curtis, pois nada de positivo poderá vir dele, a esperança "confronts and then dies" sempre. Decidir que não podemos ter aquilo que queremos é muitas vezes um processo que exige pouca auto-estima, perceber que não poderemos ser as peças do puzzle e desistir, mas esse não é dos meus maiores problemas.
E não me venham com tretas, destruir a esperança é importante, sim, quando esta nunca deveria ter existido.
4 comentários:
Eu confesso que, apesar do muito que gosto da música de Eliott, não sou capaz de a ouvir quando estou mais deprimida. É demasiado crua.
Prefiro ouvi-la quando estou na curva ascendente, ainda na fossa, mas já com a lucidez suficiente para compreender o absurdo da situação e tentar dar-lhe a volta. Eliott Smith é magistral em dar-nos um banho de realidade. E acho que ela também é necessária quando tentamos recompor-nos depois das quedas.
sim, a voz dele é muito crua, concordo plenamente. tem voz de quem já viveu muito. e mesmo de cara, com as cicatrizes e isso.
O que me impressiona mais é saber onde o levou essa crueza toda... Gosto de o ouvir no comboio, em dias de nevoeiro, em que me posso deixar embalar por esta voz e melancolia. Quando estou deprimida oiço Nick Cave fase "No More Shall We Part", Jeff Buckley (bem, este oiço sempre, mas adiante), e Cure, as mais desesperadas... Basicamente, o mais fossa que encontrar. Resta referir que o estar deprimida é muito raro em mim, melancólica sim, deprimida nem tanto. Por isso quando o estou, é porque bati mesmo no fundo. E não gosto de lá estar, a sério que não. Francisco, não concordo muito contigo quando dizes que a esperança nunca devia ter existido. Pelo menos para mim, a alegria, aquele sentimento que nos aquecer o peito e faz o sangue correr, os sonhos de enamoramento valem bem a queda seguinte. E acredita que eu já dei quedas feias. Mas também, eu sou uma masoquista inveterada. Por isso se calhar é inteligente não me ligares.... hehe!
Fica bem! =)
hmmm, não sei, eu também digo estas coisas mas acho que é impossível acabar com a esperança só porque nos apetece, não é? mas vou tentando evitá-la e livrando-me daquela que tenho, aos poucos.
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