quinta-feira, janeiro 31, 2008

Ontem à noite (2)

Ontem à noite andei pelas ruas a ouvir a música Jack the Ripper do Morrissey. É uma música altamente perturbadora e que, por alguma razão, me deixa sempre incrivelmente triste. Mas é belíssima.

Oh, you look so tired
Mouth slack and wide
Ill-housed and ill-advised
Your face is as mean
As your life has been


Ontem à noite

Ontem à noite recebi uma mensagem de um número desconhecido a dizer "olá". Fiz a pergunta óbvia: "Quem és?". Ao que me responderam: "Peço desculpa, foi engano, mas já agora com quem falo?". Isto há cada um.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Estar só

Ainda sobre o saber estar sozinho dizia o Miguel Esteves Cardoso, num documentário sobre os portugueses, que não se incute, nas escolas e em casa, o gosto pela leitura. Mas devia, porque gostar de ler é não precisar dos outros. E por leitura, diz ele, não se refere aos clássicos mas a tudo o que tenha letras. Pode ser quadradinhos. Assim, podemos estar a ler um livro que já não nos sentimos sós. Há algum exagero nisto, mas, no geral, é verdade.

Diferenças

"I may not have a lot to give but what I got I'll give to you" - The Beatles - Can't Buy Me Love

"I don't have much in my life but take it - it's yours" - The Smiths - Unloveable

A aparente pequena diferença entre as frases, entre o "eu dou-te" e o "é teu", é, na verdade, uma grande diferença.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Nos últimos dias (2)

Nos últimos dias tem havido uma série de confirmações de bandas que vão actuar em Portugal. Bandas e artistas, na maior parte dos casos, interessantes. Ainda assim, a felicidade que sinto não é, por enquanto, de ir ver sicrano ou beltrano ao vivo, é antes que inevitavelmente te vou voltar a ver.

Nos últimos dias

Nos últimos dias, um dos meus bons amigos começou a namorar com uma rapariga por quem eu nunca tinha reparado que ele tinha mostrado interesse. Até aqui tudo bem, o problema é que já me tinha parecido que ele, nos últimos 2 meses, já tinha estado interessado noutra, e não nesta, e já me tinha falado numa de Leiria. Além disso saiu há uns 2/3 meses de uma relação de 4 anos. Não estou aqui fazer juízos de valor, até porque não sei o que vai na cabeça dele, falo neste caso porque mais uma vez vejo a facilidade com que as pessoas se apaixonam. E fico sempre com a sensação de que as pessoas só querem ter alguém, não sabem estar sozinhas. Ou então que gostam de pessoas no geral e que, por isso, se apaixonam facilmente por elas. O que é óptimo, claro, mas não serve a toda a gente. Como se diz numa música dos Love:

Yeah, I heard a funny thing
Somebody said to me
You know that I could be in love with almost everyone
I think that people are
The greatest fun
And I will be alone again tonight, my dear

domingo, janeiro 27, 2008

Recomenda-se

Acabei ontem à noite. Gostei imenso, imenso.

Post-Scriptum: Até hoje só chorei com dois livros, o De Profundis do Oscar Wilde e agora este. Acho que isso diz muito.

Sporting + Morrissey = :)

O Sporting a dar 2-0 ao FC Porto ao intervalo e já me sinto melhor. Altura ideal para levar uma injecção de confiança (adoro quando o Morrissey está seguro de si, é mesmo inspirador):


Comentários

Não permiti comentários ao post anterior, nem a este, simplesmente porque:

Don't you dare disturb me
While I'm balancing my past
Because you can't help or hurt me
Like it already has

sábado, janeiro 26, 2008

Tristeza

A tristeza consome-me à medida que a tarde passa. De 0 a 10, estou já no 69 Love Songs.

E as lágrimas nunca demoram a aparecer quando oiço a frase:

Well you may not be beautiful
but it's not for me to judge
I don't know if you're beautiful
because I love you too much

E depois lembro-me de ouvir a Busby Berkeley dreams, do CD 3:

I haven't seen you in ages,
but it's not as bleak as it seems.
We still dance on whirling stages
in my Busby Berkeley dreams.

E agora já ninguém me pára, já não acredito no sol.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Hoje quero "barulho"

Sob a forma da minha música favorita dos Nirvana, por exemplo:

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Hoje (2)

But while I am lying here
Trying to fight the tears
I'll prove to the crowd that I come out stronger
Though I think I might lie here a little longer

Hoje

Já era tarde e eu ainda estava na cama. Estava a pensar que tinha de mudar de vida, de estudar mais e tornar-me mais responsável. Em vez disso, ajustei o edredão, que teimosamente insistia em sair do sítio, e aconcheguei-me na cama. Fica para outro dia.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Blogs

Nos últimos dois ou três dias, (quase) todos os blogs que visito têm um post sobre um filme qualquer. Até o blog da radar, que supostamente é só sobre música, refere um filme. Mas uma coisa vos garanto, durante pelo menos uma semana, isso não vai acontecer neste blog.

terça-feira, janeiro 22, 2008

the unclean spirit entered

Quando estava no 9º ano - se não me engano -, numa das última aulas de inglês do ano, a minha professora pediu-nos que levássemos para a aula uma música que tivesse uma letra de que gostássemos. Eu levei a Jeremy dos Pearl Jam, não percebendo, até hoje, a ironia da coisa. É que a música é sobre um puto que levou uma arma para a escola, matou uns colegas e de seguida, suicidou-se. Conhecia a história e foi por ela que levei a música, não queria cá cantigas de amor foleiras. Felizmente, não fui um dos que foi para a frente da turma apresentar a música. É que alguém podia perceber este segundo sentido e isso era chato. Dirão que a letra da música fala mais sobre a relação com os pais mas, a verdade, é que foi os colegas que ele matou.
Será que haveria, subconscientemente, um sentimento de revolta – não tão grande, obviamente, e muito menos esta tendência suicida mas qualquer coisa - para com eles? Penso que não, mas não posso jurar. Talvez uma procura de espaço ou uma vontade de afirmação pessoal.



Continuo a gostar da música e do vídeo. Mas, agora que revi o vídeo, faz-me confusão estar-me a comparar com o puto. Enfim, vocês percebem a ideia.

domingo, janeiro 20, 2008

Discos Voadores


Ontem tive um jantar e depois fomos ao bar Incógnito. Devo confessar que, ainda que tivesse visto no blog Sound + Vision, não me lembrava que nesse dia estaria o Nuno Galopim a passar música. Chegamos há uma da manhã, e ele ainda estava a aquecer passando coisas estranhas demais para mim. Deu-se depois uma quebra naquilo que estava a passar e o ambiente aqueceu quando se começaram a a ouvir os primeiros segundos da Daft Punk Is Playing In My House. Segui-se a Apartment Story dos National (que eu cantei para dentro e não só), suponho que um pouco pela frase: "so worry not / all things are well / we’ll be alright / we have our looks and perfume on". Veio então uma música que pareceu interessante a mim e a um amigo meu. Ele foi lá perguntar o que era - era Cinematics - e eu aproveitei para lhe pedir para perguntar ao Nuno Galopim se ele ia passar Magnetic Fields. Ele riu-se imenso, claro, e disse que não era bem o estilo que estava a passar - mais à frente percebi o porquê de ele ter dito isso com bandas como Interpol (para grande entusiasmo de um gajo com uma t-shirt dos Joy Divion que estava atrás de mim), The Gossip, Editores, White Stripes e Ranconteurs, Dirty Pretty Things ou Okkervil River (lista completa aqui) - e fez um gesto com as mãos muito interessante. Lá no meio estava eu a rir-me (sei perfeitamente que ele é fã dos Magnetic Fields) e, não que isso interesse muito mas, pareceu-me que ele percebeu que essa pergunta do meu amigo vinha da minha parte mas é difícil de dizer que ele é estrábico.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Desta estatística percebo eu

Muitas vezes, ainda escolho as ruas por onde ando - e o lado em que me desloco - em função da probabilidade de te encontrar. Escusado será dizer, que escolho sempre aquelas em que a probabilidade é maior.

A única diferença é que, agora, digo isto com um sorriso na cara.




A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Ridículo

Ridículo é ainda não ter cortado o cabelo para poder manter a opção de me mascarar de Morrissey, fase Smiths, em aberto. Passos:

1) Cortava o cabelo como ele. Como tenho uma máquina de cortar cabelo em casa isso não é problema.

2) Os óculos já os tenho parecidos.

3) Uma camisa larga ou uma t-shirt dos Smiths (que tenho, ainda que tenha as letras que dizem "The Smiths" em Times New Roman. Não sei onde é que tinha a cabeça, mas enfim).

4) Umas calças de ganga com flores amarelas no bolso de trás.

E lá ia eu.

Mas por enquanto vou mas é deixar-me de parvoíces e vou estudar que tenho exame na sexta.

Hoje vou com este

Antes de sair, faço a escolha do CD que vou levar no meu fiel companheiro discman. Hoje vou com este. Há um mês que este álbum revelou-se melhor que em todas as 91491453 vezes anteriores que o tinha ouvido. Não faço a mínima ideia porquê.

Post-Scriptum: Acho que não deixei bem claro que já adorava este álbum antes. Eu acho que os Smiths nunca falharam, mas, para além disso, este já era o meu segundo álbum preferido deles. A diferença é que ouvi-o de forma diferente. Está empatado com o primeiro álbum em termos de preferência, agora. Acho que nunca o tinha ouvido com 100% de atenção nos meus Pioneer SEDJ5000 DJ Headphones. Já tinha feito as duas coisas separadamente mas talvez nunca tivesse feito as duas coisas. Ou então é a minha, relativamente recente, obsessão pelo som do baixo.

terça-feira, janeiro 15, 2008

É por estas e por outras

Para justificar porem estatística no curso de biologia metem o prefixo bio. Ficamos assim com "bioestatística" que até parece importante. Para justificar porem o prefixo bio, fazem uns quantos problemas com ratos e borboletas em vez de bolas, cadeiras e pessoas. E como esta, outras cadeiras há que não fazem sentido. Álgebra, análise e física são cadeiras de engenheira, pá. Aposto que esses engenheiros e os matemáticos não têm biologia nos cursos deles. Malandros.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

of Montreal - Icons, abstract Thee

Hoje comprei este EP dos of Montreal. Foi lançado o ano passado, depois do álbum Hissing Fauna, Are You the Destroyer? e, pela capa, esperava que estas cinco canções fossem uma extensão do que foi o álbum (até pela capa que se assemelha em tudo ao referido álbum). E é e, ao mesmo tempo, não é.

O facto de as letras serem, tal como no último álbum, depressivas trás, automaticamente, o HFAYtD à baila. Era caso único na carreira dos of Montreal. E parecia que ia continuar depois de ouvirmos a primeira música. Kevin Barnes parece estar de volta à caracterização de personagens que o caracterizou (passo a redundância) durante anos. Instrumentalmente esta, Du Og Mog, é em tudo parecida com algumas das músicas encontradas no Hissing Fauna. A segunda faixa, Voltaic Crusher/Undrum to Muted Da, poderia perfeitamente ter sido feita entre os dois últimos álbuns. Conseguimos facilmente detectar pequenos aspectos que remontam a ambos os álbuns. Já a letra, a melhor de todo o EP, na minha modesta opinião, parece saída de uma fase pós-depressão por letra ser pessoal mas muito altruísta - “And please, please, please God, don't be a bastard / Christ knows she deserves something nice for a change” - mas, por outro lado, faz pouco de si mesmo e parece mais deprimido que nunca - Please don't lose any sleep over me, baby / I hardly exist. É nesta incerteza que partimos para a terceira música. Mais uma vez somos surpreendidos. Desta feita pelo facto de a música ser acústica. Há muito que não víamos uma música destas. Talvez desde a fantástica City Bird do Satanic Panic in the Attic. Já a letra nada tem a ver com os tempos acústicos da banda. A derrota é a palavra de ordem. Ele sente que a derrota é certa, as we struggle against some impossible current, mas parece confuso sobre que passo dar - How can we make things light again? How can we win? - lutar ou desistir? - Leave me, don't leave me alone. Entra a quarta música. A suavidade das músicas acústicas dos primeiros dois álbuns. Uma guitarra a fazer lembrar a já referida City Bird e uma letra sobre a sua preocupação com a filha, Alabee, agora que se encontra divorciado - Little friend, I know I've made it / So, so much harder on us / And lost you / Because I couldn't keep it together. Novamente o altruísmo, diria eu. Com a quinta voltamos ao último álbum. Tem quase dez minutos mas parecem duas músicas diferentes, uma até aos três minutos, uma transição e outra música diferente. Acaba de uma forme triste, com a repetição da frase And I never, ever, ever wanted to write this song / I always thought things would change somehow / And we would start getting along but it’s hopeless / Hopeless.

Se alguém estiver interessado posso tentar disponibilizar isto num desses sites de partilha de ficheiros. Mas vale a pena os 7 euros que dei no El Corte Inglês por ele.

Post-Scriptum: aqui está o link. Têm 7 dias.

sábado, janeiro 12, 2008

Hoje vi


Gostei bastante. A história é boa e está bem contada. O actor principal não é nada de por aí além em algumas cenas e aquele cabelo irrita um bocado (principalmente quando está de boné), com as orelhas de fora e tal, mas escapa. Achei é que tinha demasiadas cenas de skaters a fazerem os truques lá deles. De resto é bom e recomenda-se.

Como tinha duas músicas de Elliott Smith - a The White Lady Loves You More e a Angeles - fiquei com vontade de o ouvir. E agora estou para aqui a ouvir o Either/or quando me apetecia ouvir o New Moon. Alguém sabe onde é que o deixei? Já procurei no quarto e por aqui e não encontro.

Até parece fácil

Post-Scriptum: Escolhi estas duas como poderia ter escolhido outras quaisquer, o álbum é muito constante em qualidade. E funciona muito bem como álbum, o que eu estou a fazer não se faz a um álbum destes mas enfim.


quinta-feira, janeiro 10, 2008

I just can't explain so I won't even try to

Hoje quando acordei lembrava-me do sonho que tinha tido. Não interessa o conteúdo mas de certa forma serviu para me libertar por hoje - pelo menos - de maus pensamentos. Tenho um exame amanhã para o qual não estou minimamente preparado e estou estranhamente em alta. Há coisas que não se consegue mesmo explicar. Talvez ter estado com pessoas tenha ajudado. Mas estou mais inclinado para o sonho.

Bem, fiquem com a alegre - é mais um Morrissey seguro de si, mas não fará isso parte do caminho para a felicidade? -, Alma Matters:


Nunca vi o Morrissey dançar assim, não percebo qual foi a ideia.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

I See a Darkness

Todas as segundas e quartas tenho inglês até às 22h. Depois de sair, faço um pequeno percurso de 20/25 minutos até casa a pé. São dos melhores minutos da semana. Não há quase ninguém nas ruas. Os carros, são poucos. O silêncio é quase absoluto. É portanto uma óptima altura para vir a pensar na vida. E, como quase sempre que ando sozinho pela rua, não dispenso a minha música. Hoje tinha comigo este I See a Darkness.

Segundo o Wikipedia, desde '95 (altura em que o site foi criado), que apenas 11 álbuns receberam 10.0 em 10.0 no Pitchfork Media - dos quais um são bootlegs do Bob Dylan, outro recebeu 10.0 e 0.0, ao mesmo tempo, outro é um EP e dois são de Radiohead, OK C. e Kid A (estes é que festejam mesmo cada vez que o Thom Yorke dá um traque). Sobram-nos seis e este é um deles. Algum exagero, é certo, mas não tanto como se pode pensar. Por exemplo, este ano o melhor álbum, segundo o referido site, é o do Panda Bear com 9.4. Pessoalmente não consigo ouvir o álbum mas é um bocado por razões pessoais. Já no site Allmusic o álbum do Bonnie 'Prince' Billy (pseudónimo de Will Oldham) apenas tem quatro estrelas e meia.

O álbum é perfeito para ouvir à noite. É por isso que aconselho a ouvirem as músicas que vou deixar aqui só quando estiver escuro. Se virem isto de dia, deixem para a noite desse dia, vai saber melhor. Em parte por o álbum ser bastante poético, suponho. Essa é, aliás, uma das razões pela qual mais ele se destaca.

A primeira música é a que dá nome ao álbum e foi o momento mais espectacular do concerto que ele deu em Abril. Encontramos, nesta música, um BPB a dirigir-se a um amigo e a apresentar-lhe o seu lado mais obscuro. De salientar que o já falecido Johnny Cash fez uma versão desta música - versão essa que tem o próprio BPB a fazer segundas vozes - para incluir no seu álbum de versões American III: Solitary Man.

A segunda chama-se Black e faz-me lembrar a música Dear Darkness do último álbum da PJ Harvey. Ou melhor, a da PJ Harvey faz-me lembrar esta. Acho que isto se deve à forma como se dirigem à escuridão. Ainda que o BPB faça uma espécie de personificação da escuridão, refere-se sempre a ela como se fosse uma pessoa, não é difícil de perceber que é dela que ele está a falar. Esta é talvez mais complexa e poética que a da PJ Harvey. Isso pode ser visto até pelo uso, no refrão, da palavra thee, que é uma forma mais poética e antiga de dizer you. Ainda que aqui me pareça que não é (só) para ficar mais bonito ou poético mas para diferenciar a pessoa amada, thee, e a escuridão, you. Curioso é o facto da PJ Harvey considerar esta escuridão uma amiga ao passo que o BPB considera-a quase uma parte dele. Autónoma, tem tendência a "atacar" in the terriblest of weather, mas impossível de destacar: «Now black and I we are together / Fairly just inseparable / And in the terriblest of weather / Our bond is incorruptible». Ainda assim, não deixa de se referir a ela como o inimigo pois tem medo que esta o destrua: «Black was decomposing quickly / This was found offensive to me / His disrespect for life's proprieties / Made me scared he would destroy me





Foram estas duas músicas que ouvi no caminho e achei que valia a pena apresentá-las aqui. Espero que esteja tudo bem, é a primeira vez que estou a usar isto. Já tinha experimentado outros sites mas acabava sempre por desistir por serem demasiado complicados.

Curiosidade (em parte para a S. poder dizer "que giro, não sabia" e assim justificar mais um post sobre música) : O Pedro Mexia - que estava no concerto deste ano na mesa mais centrada da primeira fila do Maxime - citou-o para o prefácio de um dos seus livros de poesia. Por essa razão, enviou-lhe uma cópia do livro. Will Oldham respondeu com um bilhete de agradecimento.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Já dizia o outro

«I wanna clean up my head,
don't wanna look this dead,
don't wanna feel this dread.»

Jens Lekman - Black Cab

These Things Take Time

Ao fim de um ano e meio, percebo finalmente o porquê. E não, não é essa a razão. Essa não foi razão suficiente. Continuo, no entanto, sem saber como.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Memória

É nesta hora, em que a cidade já dorme, que as palavras são mais bonitas.

«Tão baço o teu retrato
No álbum da lembrança!
Que vaga semelhança
Entre a imagem que vejo
E a dor que sinto!
Minto
Se te disser
Que te desejo ainda,
Que o meu instinto
Te reconhece e quer.
E sei que um dia me perdi
Em ti
Como se perde o homem da mulher.»

Miguel Torga - Coimbra, 20 de junho de 1978

domingo, janeiro 06, 2008

Estes japoneses

Não vou comentar isto, vejam por vocês mesmos. Mas juro que chorei a rir com isto. Literalmente. Destaque para o 1'51'' e 2'58''.

É por estas e por outras que eu muito, muito raramente bebo álcool*

"(21 May 2004, Texas) Michael was an alcoholic. And not an ordinary alcoholic, but an alcoholic who liked to take his liquor... well, rectally. His wife said he was "addicted to enemas" and often used alcohol in this manner. The result was the same: inebriation.

The machine shop owner couldn't imbibe alcohol by mouth due to a painful throat ailment, so he elected to receive his favourite beverage via enema. And tonight, Michael was in for one hell of a party. Two 1.5 litre bottles of sherry, more than 100 fluid ounces, right up the old address!

When the rest of us have had enough, we either stop drinking or pass out. When Michael had had enough (and subsequently passed out) the alcohol remaining in his rectal cavity continued to be absorbed. The next morning, Michael was dead.

The 58-year-old did a pretty good job of embalming himself. According to toxicology reports, his blood alcohol level was 0.47%."

Edit: * isto pressupõe que quando eu bebo é da mesma forma que este senhor, daí ser uma das razões porque não bebo, mas isso não é verdade. Ou é? Fica a questão para reflexão.

sábado, janeiro 05, 2008

Posts nº 301515 em 5 dias

Nota-se muito que estou de férias de exames, não nota?

Descoberta 2007

A maior descoberta que fiz o ano passado foi este álbum. Do Bob Dylan só conhecia o álbum Freewheelin' Bob Dylan e os clássicos, como é o caso da música "Like a Rolling Stone", desta obra-prima. Foi em Agosto, quando estava em Santa Cruz e apetecia-me ouvir coisas novas (nunca vou lá por recomendações), que peguei neste e no, também enorme, New Skin for the Old Ceremony, do Leonard Cohen. Ouvi, cada um deles, umas trinta vezes nesse curto espaço de tempo (não ia à praia, o que é que querem). Foi portanto apartir deste álbum que me interessei mais pelo Bob Dylan e fui averiguar parte da restante obra. O Blonde on Blonde poderia muito bem ser a "descoberta 2007", já que nada fica a dever a este. Aliás, nos últimos tempos, oiço-o mais que este.

Em 1985, numa conferencia de imprensa, quando lhe perguntaram o significado da capa (enquanto fazia a pergunta o entrevistador diz que a capa tem uma filosofia, palavras com as quais o Bob Dylan se ri), ele disse que era uma foto que tinha tirado e para a qual ainda nem tinha olhado bem. Ao que o jornalista, visivelmente desapontado (para não dizer irritado), responde que "I have thought about it a great deal". Foi só tirada num dia em que estava sentado nos degraus, diz ele. O Bob Dylan é isto. É esta despreocupação que o define.

Fiquem com este vídeo com parte da música "Ballad of a Thin Man" em que se ouvem insultos (estes parecem-me mesmo insultos, mas longe de mim querer influenciar a vossa precepção da cena, caros deputados e deputadas) feitos por ter deixado a folk mais tradicional e ter pegado na guitarra eléctrica. O tempo veio-lhe dar razão, este álbum é hoje um clássico:


sexta-feira, janeiro 04, 2008

Conan O'Brien, o regresso

Como acho que toda a gente sabe, os argumentistas americanos entraram em greve há dois meses ou coisa parecida. Resultado, todos os programas e séries pararam. Não vou entrar aqui em debates político e sociais, obviamente (vejam, por exemplo, este). Nem o saberia fazer, aliás. Quero vos falar de outra coisa. Para quem não sabe, o Conan O' Brien e o David Letterman, decidiram deixar crescer a barba até que a greve acabasse e, por muito surpreendente que possa parecer, o Conan O’Brien tem de facto barba. Que, permitam-me acrescentar, fica-lhe bastante bem. Mas a verdade é que parece que os argumentistas não fazem grande falta, se não vejam este monólogo no dia de regresso do Late Night:


José Castelo Branco

O grande José Castelo Branco está a precisar de uma governanta. Anunciou ele próprio no programa "Às duas por três", incentivando as pessoas interessadas a contactá-lo. Aliás, disseram-lhe para não falar disso no programa, mas ele, rebelde como é, não respeitou essa ordem, expondo o problema a meio da conversa tertuliana. Só há um senão, não aceita homens. Se não concorria, como é óbvio. Ainda que duvide que aceitasse um rapaz de 20 anos. Bem, talvez aceitasse, mas é melhor não entrarmos por aí. Adiante. Acho que as palavras dele foram "naquela casa não entram homens". Senhoras, cheguem-se à frente que o senhor está necessitado.

Entretanto, continua a dizer que tem 45 anos mesmo havendo pessoas que à sua frente garantam que tem 52. E não o conseguem convencer a admitir. Ainda assim, não sei quem é pior, ele que mente sobre a idade e ainda lhe fica pior, se os outros que ainda se dão ao trabalho de lhe dar conversa. Vai-se lá perceber esta gente.



Edit: Não vale dizer: "Pior que eles és tu, que os estavas a ver na tv." Qualquer coisa é melhor que ir estudar e, para além disso, sou um parvo assumido.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Recordar Elliott Smith #2

"I'm not what's missing from your life now
I could never be the puzzle pieces.
They say that God makes problems
Just to see what you can stand
Before you do as the devil pleases
And give up the thing you love
"

Elliott Smith - Pitseleh

Não é quando me sinto mais deprimido que me apetece ouvir Elliott Smith. É, isso sim, quando me sinto mais confuso. E é nestes dias que as palavras ganham mais influência sobre nós. Estamos numa corda bamba de sentimentos e em que, à mínima coisa, podemos balançar para um dos lados. Eu prefiro um propositado balançar para o lado a tristeza. Mais vale mergulharmos que ser empurrados. A queda é de uma mesma altura mas assim somos mais amparados.

O sentimento de confusão é usado como "a mask of self-hate", como muito bem dizia o Ian Curtis, pois nada de positivo poderá vir dele, a esperança "confronts and then dies" sempre. Decidir que não podemos ter aquilo que queremos é muitas vezes um processo que exige pouca auto-estima, perceber que não poderemos ser as peças do puzzle e desistir, mas esse não é dos meus maiores problemas.

E não me venham com tretas, destruir a esperança é importante, sim, quando esta nunca deveria ter existido.

The Twilight Zone

Sinto que preciso de intervir. Este blog sempre se distinguiu, ou tentou-se distinguir, pela liberdade de expressão. Nunca apaguei um comentário, nem tenciono fazer. Mas agora, como dizia o Nelson, e bem (coisa raríssima), isto já parece a Twilight Zone. Pessoas a dizerem coisas sem sentido nenhum, só para gozar com outros leitores e/ou comigo. Que gozem comigo, acho óptimo, façam-no (desde que não sejam coisas providas de sentido), mas peço que parem este gozo com outros leitores. Uma vez tem graça, agora já é só parvoíce (sem ofensa, cara anónima). Para além disso peço que parem de comentar só por comentar. Comentem quando têm alguma coisa de jeito para dizer ou para gozar comigo mas com algum sentido e classe. Era isto. Obrigado.

E agora venha de lá a anónima dizer que estou a defender x e y e que sou uma pessoa que se preocupa com os outros e o diabo a quatro.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Cá estamos

Perante tantos insultos só há uma solução, ficar calmamente a ver

Compra Fnac

David Bowie - Heroes [1977]

1- Beauty and the Beast
2- Joe the Lion
3- Heroes
4- Sons of the Silent Age
5- Blackout
6- V-2 Schneider
7- Sense of Doubt
8- Moss Garden
9- Neuköln
10- The Secret Life of Arabia

Desilusão 2007

É costume falar na maldição do segundo álbum, referindo os Stone Roses, quando uma banda que teve muito sucesso no seu primeiro álbum lança o seu segundo álbum. Não o farei. Mas, a verdade, é que uma banda que em 2005 pareceu ser uma lufada de ar fresco deitou muitas das expectativas criadas, por terra. O álbum não é mau, claro, a questão de eles serem bons nem se põe, mas quando comparado com o anterior parece que, uma banda que parecia ter ideias para dar e vender ficou, de repente, presa a ideias já experimentadas. Basta ver que aproveitaram a música No Cars Go, que era já sobejamente conhecida por todos um ano antes do álbum sair, fazendo uma nova versão que é unanimemente considerada pior. Talvez se os pudesse ter visto ao vivo no SBSR teria uma opinião diferente. Mas é que até mesmo a capa do álbum não vale nada. As melhores músicas: Keep the Car Running, Black Waves / Bad Vibrations, (Antichrist Television Blues) e No Cars Go.

A segunda desilusão foi um artista que, tal como os Arcade Fire, conheci no verão de 2005. Mas, neste caso, o Andrew Bird não me desiludiu com o Armchair Apocrypha que, sendo pior que o anterior, é bastante bom. E o ser pior era já esperado visto que o Andrew Bird & the Mysterious Production of Eggs é um álbum brilhante. O que me desiludiu foi o concerto dele. Já o tinha visto no Lux no início de Setembro de 2005 e digamos que este concerto ao lado do outro é como comparar o cu com as calças. Algumas coisas não são culpa dele como a sala e, consequentemente, o meu lugar, e a sua falta de intimismo. Noutras, terá de assumir que poderia ter feito melhor.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Relativo a um comentário

Segundo a anónima num comentário ali num outro post: "Confirma-se que o xico tem sucesso com as gajas, mas isto eu já tinha dito e ele replicado." Pois tinha, anónima. Ainda por cima deixei tão claro com aquele belíssimo excerto dos Beach Boys. Não se percebe.

Olhar desconfiado

Era com alguma desconfiança que olhava para a passagem de ano [foto]. Por várias razões. Não que não goste das pessoas, gosto. Aliás, a maior parte delas, faço questão de ver uma vez por semana. Era mais porque não gosto de festas (quase no geral, sim). Gosto de coisas mais caseirinhas, mais calminhas. Mas a verdade é que correu bastante bem. Vamos lá ver 2008. A Maya diz que vai ser um bom ano para as pessoas de signo Leão, mas eu não acredito nada nessas coisas (ainda que veja sempre com alguma curiosidade os horóscopos). E olho, também, com alguma desconfiança para a minha sorte. Como diz o Morrissey, conheço-a bem demais.