Estava ali a ver a reportagem da SicRadical no Alive, estavam a ser entrevistadas duas miúdas fãs dos The Hives. Histéricas e aos gritos, claro. É estranho o tipo de pessoas que esta cena indie do séc. XXI inclui. Inclui-me a mim, claro, mas também estas miúdas histéricas com as quais não me identifico minimamente.
Sobre esta estranha época na música independente escreveu Berman a música "Strange Victory, Strange Defeat", em que fala sobre o esquecimento de cantores como ele, que passaram os anos 90 a lutar contra a falta de sucesso e que agora, apesar desta explosão de bandas independentes, a vitória, continuam esquecidos, a derrota. Diz ele:
What's with all the handsome grandsons
In these rock band magazines?
And what have they done with the fat ones?
The bald and the goatee'd?
Strange victory!
Strange victory!
Strange victory!
Strange defeat
A tale is told of a band of squirrels
Who lived in defiance of defeat
They woke up in the nightmare world
Of craven mediocrity
E, de facto, os anos 90 foram anos de mediocridade musical. Principalmente a segunda metade da década, em que a música sem qualquer interesse e feita para as massas reinou. Agora que bandas independentes conseguiram ganhar o seu espaço no panorama musical (em muitos casos merecido, noutros nem tanto), é importante não esquecer quem lutou, ainda que sem sucesso, contra essa falta de atenção durante a segunda metade dos anos 90.
What's with all the handsome grandsons
In these rock band magazines?
And what have they done with the fat ones?
The bald and the goatee'd?
Strange victory!
Strange victory!
Strange victory!
Strange defeat
A tale is told of a band of squirrels
Who lived in defiance of defeat
They woke up in the nightmare world
Of craven mediocrity
E, de facto, os anos 90 foram anos de mediocridade musical. Principalmente a segunda metade da década, em que a música sem qualquer interesse e feita para as massas reinou. Agora que bandas independentes conseguiram ganhar o seu espaço no panorama musical (em muitos casos merecido, noutros nem tanto), é importante não esquecer quem lutou, ainda que sem sucesso, contra essa falta de atenção durante a segunda metade dos anos 90.
13 comentários:
Bem, sou de algum modo fã dos The Hives... e parece que isso me coloca mais próximo dessas miúdas histéricas que referiste. Acho que a histeria, ou pelo menos esse tipo de histeria (a que se associa à música) apesar de nos ficar muito mal, faz-nos muito bem. Não é que eu tenha um gosto especial por fazer figuras parvas, nem figuras parvas para a televisão (nunca aconteceu), mas reconheço que é no mínimo... libertador. Além disso, se não dermos uso à histeria agora, quem é que se vai lembrar dos The Hives daqui a 5 anos? ninguém. nem nós.
"E, de facto, os anos 90 foram anos de mediocridade musical."
Muito abrangente. Em todas as décadas aconteceu o mesmo. Não generalizes. Investiga antes de acusares TAL década de mediocridade.
Eu só usei a história como base para o resto do post, nada contra os hives. Aliás, não tenho nada contra nenhuma das bandas que vai hoje ao alive - ainda que muitas não me interessem - acho é que se tem exagerado um bocado nos últimos tempos sobre bandas a aparecer agora (os hives já têm um anos é certo, tou a generalizar). Fomos do 8 para o 80.
anónimo, lendo o resto do post acho que se percebe que eu me referia ao que chegou ao público, as bandas que receberam a devida atenção.
isso´é tudo bonito mas é muito feio continuares a escrever "iclui" com acento, pá.
"incluí" seria bem empregue em: "ontem incluí a minha memória agridoce numa caixa de sapatos da camper" ou "se me incluí no grupo dos bloggeiros mais cedo ou mais tarde serei censurado pelo grupo dos orangotangos negros".
dito já o que importa realmente, aproveito e comento a banda q tá dar agora na sic radical.
que é esta merda, foda-se?
são os galac como o chocolate, galactic.
isto foram-nos buscar a um bar dos arredores onde tocam música de fundo e assim, não foi?
os putos da frente histéricos até estão quietinhos, deve ser tensão baixa.
a banda tem vocalistas que vão buscar, com óculos escuros para não se ver as olheiras da noite passada no bar que lhes permite estar bem oleados maquinalmente e a saltar bem, it's funky, baby!
lol, que vergonha. eu sei como é que se usa, pá. (ainda que não pareça) vou mudar.
o que achaste dos spiritualized?
essa pergunta é para a sara que tá no concerto e até deve ter ido com a t shirt do comprimido vestida.
se não tocaram - e não tocaram - a única música que ouvi bem e que adoro e que é "when you gotta sleep, you gotta sleep..." ( não sei o nome), não prestou.
mas foi fixe não terem falado com o público e tocarem sem parar, concentrados na trip bué branquinha e luminosa.
mas que raio de banda era aquela anterior? ninguém sabe?
pois, eu sei, ela sempre vai aos 3 dias?
achei o concerto dos spiritualized, assim em festival e de dia, chato. num coliseu ou assim resultava melhor de certeza.
os national tá a ser a mesma coisa. isto de dia não dá nada.
compensam (e bastante) com os instrumentos de sopro que não tinham das duas vezes que os vi :(
os national deves ter visto na net, na tv não deu.
estes bordelos são tão chatos.
os melhores foram os kalashnikov.
sim, vi na net.
gostava de ter dado uma espreitadela aos gb, não gosto, mas dizem que são bons ao vivo.
os kalashnikov foi lindo, eu só me ria com a cena das moches.
Nos 90s ainda houve coisas de jeito. O que mais me perturba hoje é que o suposto indie está a tornar-se mainstream, o que vai contra a própria concepção do "independente". Isto é moda. Quem gosta de música indie não gosta porque é fixe, para usar 3 pulseiras de paredes de coura e usa óculos escuros de aros cor-de-rosa diariamente. O indie é um estilo de vida (digo-o eu que de longe não sou indie) e na verdade, acho que os "indies" se maribam para festivais da tanga como os nossos, ou como para bandas estilo The Hives ou as que pareciam estar a invadir Paredes este ano (como os Wombats que só conspurcam os Joy Division). Por favor, deixem-se de rótulos, ouçam o que vos cai bem e vos faz sentir que a música e os músicos não são modelos, mas são entremediários entre nós e a arte. Falem com um Thom Yorke e ele dirá que gosta de Bat for Lashes ou com um Devendra e ele dirá que gosta de Caetano Veloso. Isto sim, eclectismo, é ser apreciador de música. E ser independente de modas passa por aí. Apreciar o que vai aparecendo de bom, dar uma oportunidade ao que depois se percebe mau, e registar aquilo que nos faz continuar a andar. No fundo, ser "indie" é, como diz M, "don't forget the songs that made you cry and the songs that saved your life".
:)
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