sexta-feira, dezembro 22, 2006

Bom Natal

Um vídeo natalício para vocês do filme "The Nightmare Before Christmas" do Tim Burton. Música lindíssima e letra fenomenal, principalmente no contexto do filme, mas óptima para quem não viu o filme também.



Aconselhava-vos também a dar a uma vista de olhos a este vídeo que, infelizmente, quem pôs no YouTube não permite que seja postado. A música é a "Little Saint Nick" dos Beach Boys, tenho-a aqui no Pc com melhor qualidade e a começar quase 20 segundos antes, se alguém quiser é só pedir.
Bom Natal

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Gisela do Masterplan

Mais uma vez o You Tube mostrou ser essencial para uma vida normal. Quem não se lembra da Gisela do Masterplan? É claro que eu lembrava-me bem dela mas, infelizmente, já não me lembrava deste momento. Um dos melhores momentos da televisão em Portugal, diga-se. Um momento repleto de pérolas, um momento em que cada minuto é vivido de forma intensa e verdadeira. Vejam que vale bem a pena. Mesmo. Mesmo.
Só um cheirinho do que podem encontrar no video:
Vindo do nada:
- Olha, eu gosto de sexo, tu não.
- Diz mais alguma vez que não gosto de sexo e dou-te assim um murro na tromba!
- Então dá!
- Então diz lá!
- Não gostas de sexo!
Pimba (soco na cara)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Adeus, depressão. Olá, felicidade.



Se uma pessoa se deprime demais acaba a não dar atenção às outras pessoas. Estou farto deste sentimento de depressão, não me leva a lado nenhum. Alegria é o que é preciso. Acho que se pensar que estou feliz acabo por ficar feliz. Ainda por cima eu, que quero morrer cedo (até ser útil, vá), tenho de aproveitar enquanto dura.

Vamos lá pequenada!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Morrissey - Seasick, Yet Still Docked

Nestes últimos dias esta música está a soar tão verdadeira. É, sem dúvida, a melhor música do Morrissey a solo e, agora que descobri este vídeo, é também o melhor vídeo-clip que já vi na minha vida. Acho que é humanamente impossível ficar indiferente à letra desta música. E não digo isto só porque me está a soar verdadeira, sempre achei a letra desta música fantástica. Mas é claro, quando isto exprime tão bem os sentimentos de uma pessoa em determinado momento, é de deixar uma pessoa sem palavras e com uma (duas, três) lágrima(s) no canto do olho.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Yo La Tengo @ Aula Magna


Como quase sempre, a curiosidade levou-me a mais um concerto. Quase todos os concertos a que vou é por curiosidade, não por conhecer/gostar realmente da banda, e tenho me saído bem. Um concerto para o qual tinha expectativas bastante altas, visto que o meu irmão os viu recentemente em Bruxelas e já me tinha dito que o concerto tinha sido "do caralho", e a verdade é que as minhas expectativas vieram a confirmar-se. Um concerto que primou pela variedade, visto que eles passam de uma música com mais de 5 minutos de distorção de guitarra para uma música alegre e animada. Passaram até por uma música de natal no 1º encore (foram 3 no total). Daí ter demorado mais de 2 horas. :) É claro que, com tanto tempo de concerto, tiveram disponibilidade para tocar umas covers, entre as quais: "Little Honda" dos Beach Boys (cover que se encontra no album I Can Hear The Heart Beating As One mas que mesmo assim não reconheci), a pedido de um espectador, e, no 3º encore e para terminar o concerto, "I Found A Reason" dos Velvet Underground (que também não reconheci, visto ser de um álbum que nunca ouvi muito). Ficou a faltar a música "Sugarcube" (facto para o qual eu já estava avisado) mas não se pode ter tudo. Se estiverem interessados em ler uma crítica ao concerto a sério clickem aqui que eu vou passar a coisas sérias.

As coisinhas que eu gosto sempre de comentar:

1- Adorei o facto de ninguém se ter levantado durante as músicas, se bem que havia um gajo nos doutorais que parecia que ia saltar da cadeira;
2- Também adorei o facto de o vocalista ter logo dito logo de princípio que dentro dos gritos entre músicas "ehs" podia ser mas comentários eram dispensáveis. Não podia estar mais de acordo.
3- Havia lá duas senhoras com os seus 70 anos (quem foi ao concerto não me deixa mentir) mesmo à minha frente a "abanar o capacete" com a malta jovem agora diz e a bater palmas à velha (é um tipo de bater palmas em que as duas mãos ficam exactamente uma encostada à outra aquando do impacto) ao som da primeira saída deles de palco;
4- Quando o vocalista comentava que o chão era muito escorregadio ouvi um comentário vindo da fila de trás que não gostei: "Não usasses All Star." quando eu estava com os meus mesmo ali à frente...;
5- E claro houve, o que já é um clássico nestes concertos, "Shiu" para os espertinhos que sentem a necessidade de preencher o silêncio.

E mais uma vez se provou que a Aula Magna é uma grande sala de espectáculos.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Um novo post

Já lá vão 11 dias desde o último post. Já é um tempo considerável para um blog que, até então, primou pela sua constância de novos, ainda que nem sempre interessantes, posts. Mas há um ponto positivo nesta espera (pelo menos para vocês) e é esse ponto que eu gostaria de salientar. Uma pessoa com uma vida preenchida e socialmente activa teria sempre coisas sobre que falar, acontece que eu não tenho nem uma coisa nem outra. Tenho por isso o que os ingleses chamam "a boring life". Diriam alguns de vocês que uma pessoa interessante teria assunto para falar ainda que não tivesse nenhuma das características acima referidas. Nesse caso, eu não sou uma pessoa interessante, lamento. É claro que poderia falar sobre o novo álbum dos Shins, que sai lá para o início de 2007 mas que eu já tenho vindo a ouvir de há umas semanas para esta parte, e que está muito interessante. Poderia falar de como ando a aprender a tocar guitarra através de lições da internet e como, até então, essa tentativa se tem revelado um fracasso. Poderia, também, falar sobre... Isto já é um cliché (achei que a escrita deste texto não estava a ser suficientemente presunçosa para os níveis que vos tenho habituado daí o uso de uma palavra que, não sendo muito elaborada, é francesa e isso já não é mau) dizer que não se fala de uma coisa mas depois dizer tudo o que se tem a dizer sobre isso, não é? Não o voltarei a fazer, prometo. Poderia agora entrar pelo cliché de, tendo acabado de dizer que não o voltaria a fazer, fazê-lo, mas não o vou fazer. É melhor terminar isto que já estou confuso. Fim.

quinta-feira, novembro 16, 2006

TV on the Radio - Wolf Like Me

É, talvez, a melhor música de 2006. É fantástica. Até me dá vontade de dançar, e isso não é fácil, acreditem (bem, talvez dançar não seja a palavra, mexer talvez seja a palavra mais adequada). Aqui fica a actuação deles no Letterman. Ainda assim aconselho vivamente que não deixem de ouvir a versão do álbum. Mais palavras para quê? TV on the Radio para vocês:

terça-feira, novembro 14, 2006

Outono

Como não fiz nenhum post aquando da chegada do Outono (o que é uma vergonha, diga-se de passagem), faço com a chegada do frio, que acaba por ser uma 2ª chegada do Outono. Aqui fica um verso da letra de uma música de Of Montreal (que por acaso se chama Springtime is the Season, mas isso não interessa nada), que toda a gente sabe têm letras fenomenais:

The autumn's good for pumpkins,
Though apples don't approve.
The trees that they've been living on
now forces them to move,
And rudely lets them to fall
and sends them quick to their demise
Without so much a bon voyage or even a goodbye.

sábado, novembro 11, 2006

Os 50 melhores albuns de 2006 segundo a Uncut

Como já é habito por esta altura, ainda que o ano ainda não tenha acabado, começam a surgir as listas dos melhores albuns do ano. A lista que se segue, que já não será novidade para quem costuma ler o Sound + Vision é a da revista inglesa Uncut, a negrito estão os albuns que já ouvi. Em alguns casos fiz um pequeno comentário.

1. Bob Dylan – "Modern Times"
2. Scritti Polliti – "White Bread, Black Beer"
3. Comets On Fire – “Avatar”
4. Joanna Newsom - "Ys"
5. Neil Young – "Living With War"
6. Arctic Monkeys – "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" - album claramente sobrevalorizado. Se aqui está em 6º lugar, na lista da NME já está garantido o 1º lugar.
7. Midlake - "The Trials of Van Occupanther"
8. Hot Chip – "The Warning"
9. Sufjan Stevens – "The Avalanche" - é estranho como um album feito de "sobras" do album anterior pode conseguir um 9º lugar. Depois de ouvir um album como o Illinoise, este fica aquem das expectativas. Só passei o ouvido por isso a minha opinião não tem grande base.
10. Thom Yorke – "The Eraser" - cheguei a falar deste album aqui no blog, antes de ele ter morrido e ressuscitado, já está tudo dito. É um grande album.
11. The Flaming Lips – "At War With The Mystics"
12. Bonnie 'Prince' Billy – "The Letting Go"
13. Lindsey Buckingham – "Under The Skin"
14. Cat Power – "The Greatest" - só conheço bem este album dela, ainda que já tenha ouvido de fugida o album "You are Free", e gosto bastante. Por isso mesmo, já tenho o concerto dela na Aula Magna marcado na minha agenda.
15. Brightblack Morning Light – “Brightback Morning Light”
16. The Raconteurs – "Broken Boy Soldiers"- acho que ouvi meio album. Super-banda? Super-banda foram os Smiths.
17. Ali Farka Toure – "Savane"
18. CSS – "Cansei De Ser Sexy"- já devia ter ouvido isto não já?
19. Beck – "The Information"
20. Burial – “Burial”21. Vetiver – "To Find Me Gone"
22. Espers – "Espers II"
23. Ghostface Killah – "Fishscale"
24. Howlin' Rain – “Howlin’ Rain”
25. Scott Walker – "The Drift"
26. TV On The Radio – "Return To Cookie Mountain" - Obrigado Cláudia, por nunca teres deixado de acreditar que eu podia gostar destes rapazes.
27. Yo La Tengo – "I am Not Afraid Of You and I Will Beat Your Ass" - Ainda não ouvi o album, só conheço um album deles "I Can Hear the Heart Beating as One". Também têm data marcada para a Aula Magna, apenas um dia antes da Cat Power.
28. Tom Waits – "Orphans: Brawlers, Bawlers and Bastards"
29. Oakley Hall – "Second Guessing"
30. Neko Case - "Fox Confessor Brings The Flood"- já não oiço isto há uns quantos meses mas, ainda assim, é um grande album.
31. Mastodon – "Blood Mountain"
32. Johnny Cash – "American V"
33. Clap Your Hands Say Yeah – “Clap Your Hands Say Yeah” - O melhor primeiro album de 2006. Vamos lá ver se não se ficam por um bom primeiro album.
34. Grandaddy – "Just Like The Family Cat"
35. Sonic Youth – "Rather Ripped" - É estranho mas este foi o primeiro album deles que ouvi do princípio ao fim e com atenção. Muito bom.
36. Scissor Sisters – "Ta-Dah"
37. OutKast – "Idlewild"
38. Lily Allen – "Alright, Still"39. Lambchop – "Damaged"
40. Joan As Policewomen – "Real Life"
41. Jenny Lewis – "Rabbit Fur Coat"
42. Donald Fagan – "Morph The Cat"
43. Bruce Springsteen – "We Shall Overcome"
44. Kasabian – "Empire"
45. The Walkmen – “A Hundred Miles Off”
46. Band of Horses – "Everything All Of The Time" - É engraçado, mas vai perdendo força à medida que se vai ouvindo.
48. Muse – "Black Holes and Revelations"
49. Belle & Sebastian – "The Life Pursuit" - Um album bastante levezinho, sem compromissos, características que têm escasseado.
50. Drive By Truckers – "A Blessing And A Curse"

Estaram alguns de vocês a pensar: "Já acabou? Então e o album "He Poos Clouds" do Final Fantasy?" Pois, não sei. "E o Ringleader Of..." Tou a brincar. Tou a brincar mas gosto imenso do album, atenção.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Assalto

A minha casa foi assaltada. Pensamos, porque só hoje é que a minha mãe se apercebeu, que na 4ª feira. Ainda assim estou a escrever num computador portátil, comprado em Setembro. A verdade é que os assaltos já não são o que eram. Isto faz me lembrar de quando o Markl contou a históriade quando, enquanto falava ao telefone, passaram por ele a correr e lhe levaram o telemóvel. Dizia ele na altura, que os assaltos de hoje em dia são feitos de uma forma repentina, as pessoas já não têm tempo para desperdiçar a fazer assaltos. E foi isso mesmo que se passou aqui, foram direitos ao quarto dos meus pais e levaram os colares, brincos e pulseiras de ouro. Nem se dignaram a ver o que o resto da casa teria, não há tempo a perder, vão direitos ao que interessa que a vida não está para perdas de tempo. Mas há outra explicação. Os assaltantes parece que sabiam distinguir perfeitamente o que valia a pena e o que não valia a pena levar, o que me leva a concluir que eram ourives. Daí não terem levado o computador portátil, nem o dvd, nem nada de aparelhos electrónicos, mas sim todas as jóias que realmente valiam a pena levar.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Viagem à Bélgica

Tenho adiado escrever umas linhas sobre a minha viagem à Bélgica, mas hoje apeteceu-me fazê-lo.

Tudo começou às 5 e pouco da manhã de 4ª feira passada, hora a que me levantei para ir apanhar o avião. Acho de extremo mau gosto que a primeira coisa que um turista vê de Portugal ao chegar de avião seja o barracão que é o aeroporto de Lisboa. É pequeno, está desorganizado, é feio, é velho e nada funcional. Obviamente não se espera que Lisboa tenha um aeroporto como o de Bruxelas, que deve ter mais do dobro do movimento e consequentemente do tamanho, mas, caramba, há-de haver um meio-termo. Enfim, em frente.

Chegado a Bruxelas, e depois de já devidamente instalado no hotel, uma volta pela cidade. A verdade, é que Bruxelas me desiludiu muito. Não tinha uma ideia concreta de como seria a cidade mas esperava uma cidade bonita, grande, civilizada, uma cidade que me surpreendesse a cada esquina. Mas a verdade é que Bruxelas não tem nada de especial, uma bonita descida (aquelas com estatuas, escadas, jardins e isso) em frente a um palácio, uma praça que, devido à a chuva que se fez sentir, se encontrava sem esplanadas e um puto a mijar numa esquina. Esse puto é absolutamente ridículo, não percebo como é que uma estátua de um metro com um miúdo a mijar se torna símbolo de uma cidade como Bruxelas mas é um facto que o é. Felizmente (ou talvez não seja felizmente e o facto de Bruxelas me ter desiludido tenha haver com isso), só visitei a cidade durante o dia em que cheguei, as noites dos vários dias e a manhã do dia da partida. Tive, portanto, possibilidade de visitar outras cidades, foram elas: Gent, cidade muito bonita. Tive pena apenas que tivesse chovido nesse dia já que a cidade tem alguns canais que devem ter outra beleza em dias de sol, não que quisesse andar de barco, diga-se; Brugge, a cidade que mais gostei de todas as que visitei nesta viagem, talvez também pelo facto de ter sido o dia em que esteve melhor tempo, com uma praça a fazer lembrar a lindíssima praça principal de Praga (só para dizer que já estive em Praga); Leuven, cidade em que o meu irmão se encontra a fazer Erasmus, e, coincidência ou não, muito virada para os estudantes, já que existem edifícios pertencentes à universidade espalhados por toda a cidade; e Waterloo, famosa por ser o local onde Napoleão foi derrotado pelos aliados, e não só pelos ingleses como se costuma dizer, em que ia morrendo de frio depois de subir ao monumento construído em memória dos que morreram nessa batalha.

Uma das coisas que mais gostei foi o facto de as pessoas usarem imenso a bicicleta nas suas deslocações diárias. E o mais interessante era que se viam pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais, a fazerem-no. É claro que isto me fez lembrar, como a qualquer fan de Smiths que se preze, este video:



É claro que não é viável pensar que, na cidade das 7 colinas, se poderia fazer o mesmo mas isso não me impede de imaginar como seria.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Muse @ Campo Pequeno


À entrada não sabia bem o que esperar do espaço (só lá tinha entrado quando era puto para ver circo), pensei que fosse enorme, mas as aparências enganam (tanto enganam que pela imagem aquilo parece quase o Pavilhão Atlântico). O que de fora parece um espaço enorme é, na verdade, pequeno, pelo menos em relação ao que eu imaginava. E isso agradou-me.
A primeira parte estava a cargo de uma banda chamada Poet in Process. Muito mazinha diga-se. A vocalista parecia que tinha andado a ver concertos dos Yeah Yeah Yeahs a mais. O guitarrista era simplesmente patético. A música era uma, digamos, merda. Com tantas boas bandas que não se importavam de abrir os concertos de Muse a escolha não me pareceu a melhor.

Oferecem-me uma passa num charro.

Em relação ao concerto propriamente dito, tenho a dizer que gostei. Nunca fui grande fan de muse, na verdade nunca os ouvi com grande atenção, mas a minha curiosidade em relação a como seria vê-los ao vivo levou-me até ao Campo Pequeno nesse dia. A verdade é que fiquei com a sensação de que teria sido melhor se tivesse ido para a bancada isto porque, na plateia, as pessoas gostam muito de saltar e de empurrar e isso é uma das coisas que mais me faz confusão nos concertos deste tipo. Quando toda a gente à tua volta está a saltar és obrigado a saltar nem que seja por uma questão de conforto (experimentem estar rodeados de pessoas coladas a vocês que estão a saltar e vejam se não se sentem melhor a saltar também). A verdade é que, em 99% das vezes que as pessoas saltam, o saltar não acompanha minimamente o ritmo do que está a ser tocado. O que também não acompanha minimamente o ritmo das músicas são as palmas (novamente em 99% dos casos), o eterno problema de nós portugueses. As pessoas têm a necessidade de estar sempre a fazer qualquer coisa e sempre que há uma parte da música mais calma, como as pessoas não podem saltar, começam a tentar acompanhar com palmas. Escusado será dizer que soa pessimamente. Mas há pior, durante um destes momentos em que "não dá jeito saltar" ouvi uma das melhores frases que alguma vez ouvi num concerto: "Posso-te fazer cócegas?". Enfim só isto valeu a pena o dinheiro que paguei para lá estar. E depois há ainda os assobios, esses nem percebo a intenção (ainda que no concerto de Belle & Sebastian, o público fez uma melodia em coro de assobios a pedido do vocalista que mereceu um grande elogio do próprio). A verdade é que ninguém compreende que o silêncio é, na maior parte das vezes, a melhor solução. Mas pronto, tirando estes pormenores que eu gosto sempre de comentar, o concerto foi muito bom, ainda que tenha achado que eles tenham estado muito fortes no início e só na parte final voltaram a atingir esse nível. É também verdade que eles são bastante bons ao vivo, que o Matthew Bellamy é bastante bom músico e que aquelas luzes todas dão um efeito interessante.

Set list:

Take A Bow
Hysteria
Map Of The Problematique
Butterflies & Hurricanes
New Born
City Of Delusion
Plug In Baby
Forced In
Bliss
Apocalypse Please
Hoodoo
Invincible
Supermassive Black Hole
Starlight
Time Is Running Out
Stockholm Syndrome

Citizen Erased
Muscle Museum
I Want To Break Free
Knights Of Cydonia

sábado, outubro 21, 2006

Elliott Smith (06.08.69 - 21.10.03)

(Ok, está mal feito, mas o que conta é a intenção. Isto é a capa de um cd de tributo ao Elliott Smith, no original diz "From: Portland")

Everybody knows
You only live a day
But it's brilliant anyway
Faz hoje 3 anos (é estranho pensar que foi há tão pouco tempo) que este senhor se suicidou com uma facada no peito. Penso que, sendo este um pormenor sem grande importância, serve, pelo menos, para perceber o quanto ele sofria. E esse sofrimento é facilmente "ouvivel" na sua voz em todas as suas canções. Será esta voz sofrida o que faz dele um artista único? Provavelmente. Até hoje não ouvi nenhum cantor que transparecesse tanto sofrimento na voz como ele. Não quero com isto dizer que ele sofria mais que os outros, estas coisa não são quantificáveis, mas dá pelo menos para perceber que as suas letras são realmente sentidas, uma voz daquelas não pode ser se verdadeira.

Deixou 5 álbuns feitos, dos quais conheço bem 3 deles: Roman Candle, Either/Or e XO, cada um melhor que o anterior (não levar isto à letra, porque gosto de todos igualmente), e, um ano depois da sua morte, foi editado o álbum From a Basement on the Hill tão bom, ou melhor, que qualquer um dos outros previamente lançados. Apesar de todos estes grandes álbuns, que eu aproveito para aconselhar a ouvirem, o ponto alto da sua carreira como músico terá sido a sua inesperada nomeação para o óscar de melhor canção (ou diz-se melhor música?) pela música Miss Misery. Infelizmente, o Óscar foi para a Celine Dion com aquela música do Titanic, talvez por ser claramente um "outsider" naquele ambiente.

"Although he did not win, Smith performed the song live at the televised Oscar broadcast, appearing on-stage alongside superstars Trisha Yearwood and eventual award-winner Celine Dion in one of the most notably surreal musical moments in recent memory." in All Music

quinta-feira, outubro 19, 2006

segunda-feira, outubro 16, 2006

Final Fantasy @ Club Lua

Há pouco mais de um ano fui ao Lux ver Andrew Bird. Saí de lá impressionadíssimo era a primeira vez um músico que gravava aquilo que tocava, reproduzia aquilo que tinha acabado de gravar e tocava por cima. Achei aquilo fantástico, nunca tinha visto nada assim na minha vida, não sabia sequer que havia quem fizesse isso. O mesmo não aconteceu no domingo, em que sabia perfeitamente que isso iria acontecer, mas mesmo consegui sair de lá impressionado. Isto porque, o rapazinho Owen Pallett, é um génio a tocar violino. Ele toca violino como ninguém, ok, faz lembrar o Andrew Bird também nesse aspecto mas este consegue ser ainda melhor que o sr. Pássaro. Mas aquilo que acabou por fazer a diferença, num concerto que podia ser em tudo igual ao do Andrew Bird, foi o facto de ele ter uma assistente que passava acetatos. Ok, isto assim parece estúpido mas acreditem que a história que os acetatos contavam, juntamente com a música que saía daquele violino e a voz que saía da boca do senhor, criam o ambiente perfeito, de uma harmonia perfeita. Acho que nunca mais na minha vida vou ver um concerto em que passem acetatos, pelo menos por isso, e não foi só por isso, vai ficar-me gravado na memória por muito, muito tempo. Ainda assim, achei que ele podia ter interagido mais com o público, já que eramos tão poucos, mas isso já tem haver com o tipo de pessoa que cada um é. E claro, há a eterna questão de estar sentado. Eu sempre fui um defensor que 99% dos concertos deviam ser vistos sentados, e este era um desses 99%, mas não se pode ter tudo e eu já estou cansado de me queixar desse pormenor. Resumindo e concluindo, foi um grande concerto.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Ida ao Centro de Saúde - Parte 2 - A consulta

- A que horas devo estar cá? À uma?
- Sim, nunca antes da uma.

Esta foi a ultima coisa que perguntei da parte da manhã. Ao dizer "nunca antes da uma" eu pensei que a recepcionista queria dizer entre a 1 e a 1 e meia, vá. Mas parece que o que ela quis dizer foi "às 2 e meia será atendido". Tinha uma aula na faculdade até à 1, ingénuo como eu sou pensei: "É melhor sair mais cedo para não chegar atrasado" (bom, o sair um pouco mais cedo da aula também não foi mau de todo). Cheguei à 1 e 5 ou 1 e 10 ao Centro de Saúde e sentei-me à espera da minha vez. Vi algumas das pessoas que comigo se tinham aventurado na fila de espera da parte da manhã. Uma delas estava inclusive sentada à minha frente. A médica era mesma, mas para azar dela eu era a pessoa que se encontrava antes dela na ordem de entrada. A senhora passou, pelo menos, 30 minutos (não quero parecer exagerado mas estou em querer que foram uns 45 minutos) a ver aquela revista do D-Mail, que qualquer pessoa normal folheia em 5 minutos só para ver "o que é que eles se lembraram de fazer desta vez", o que é certo é que lhe serviu para se entreter enquanto resmungava que era uma vergonha o tempo que estava a demorar a ser atendida. Depois de me chamarem tive uma consulta de, nada mais nada menos que, 5 minutos.

Ida ao Centro de Saúde - Parte 1 - Marcação da consulta

Não sei se vocês estão ambientados com os Centro de Saúde deste nosso Portugal, mas devo vos dizer que se não estão deviam estar. Hoje fui pela segunda vez na minha vida a um. Como tinha urgência na consulta (Não, não estou doente, quero apenas um atestado médico. Infelizmente, dirão alguns.) levantei-me às 6.15 da manhã para ir para a fila que, segundo ouvi dizer, já se formava desde as 5.30. Ao chegar ao local deparo-me com uma fila já bem constituída, mas não desespero. Coloco-me calmamente na fila e é então que percebo que estar ali na fila não é só estar ali na fila. Assim que uma pessoa se encontra na fila sente que foi transportada para outra dimensão, uma dimensão em que toda a gente conhece toda a gente ou quem inicialmente não conhece ninguém rapidamente contacta com os demais. Ainda assim uma coisa mantém-se intocável em relação à realidade, eu sou um "outsider". Nunca lá tinha ido, o que me deixa inevitavelmente em desvantagem. Por entre os habituais "Então e o seu marido tá melhor?", "Por cá outra vez?" e "E a sua perna está melhorzinha?", encontro-me eu, sem grandes hipóteses de entrar na conversa. Mas essa não é a minha única desvantagem. Eu não sofro de qualquer doença nem tenho qualquer dor o que, convenhamos, não facilita nada as coisas. Mas há mais, a minha médica de família parece ter ficado com as famílias saudáveis pois ninguém à minha volta, segundo me pareceu, visto que eu não tive oportunidade de entrar nas conversas dos meus companheiros, tem a Dr. Conceição Travassos como médica. Mesmo quando passava alguém por toda a fila para saber quantas pessoas havia para determinada médica e se valia a pena ainda entrar na fila, eu não tinha sorte. Por todas estas razões os 45 minutos que demorou a espera que o Centro abrisse foram solitários e introspectivos. Assim que o centro abre as portas, as "amizades" recentemente feitas perdem toda a importância: "Você tava atrás de mim.", "O meu neto tava aqui no meu lugar por isso eu sou aqui.", "Eu tava atrás desta senhora, tenho a certeza!". Assim que entro no edifício torna-se claro que as pessoas mais debilitadas encontram-se em desvantagem pois a fila para ir de elevador é enorme, não fosse aquilo um Centro de Saúde. Com toda a razão diga-se, este é motivo de irritação por parte de muitas das pessoas incapacitadas de ir de escadas. Mas há quem se pense mais inteligente que os outros (e de certa forma até é) e decida subir até ao 1º andar para lá apanhar o tão concorrido elevador, mas que, mesmo assim, não abdica de se queixar "Se não conseguir consulta vão ter muito que me ouvir porque isto não...", continuo-o a subir. Uma vez na sala de espera, nova confusão se instala quando uma pessoa tira duas senhas e, em vez de ficar com as duas, decide dar essa senha à pessoa que tem atrás. Ora, a pessoa de trás já tinha uma senha própria. E mais não preciso dizer. Começam a chamar as pessoas para os médicos daquele andar. A principio ainda se discutem posições na fila mas, assim que todas as questões estão esclarecidas, apenas o "burburinho" das pessoas a discutirem razões para ali estarem permanece. Finalmente, os pacientes para a minha médica são chamados. Até aqui nada de mal. Até que, a 2ª recepcionista decide chamar as pessoas para a Dra. Cristina qualquer coisa. É então que se torna evidente que as senhas de nada servem pois as pessoas sabem perfeitamente qual o lugar que querem. A confusão é de novo imperatriz. Ao ponto de um paciente mandar uns "xiu" para o ar e um "Calem-se! Vêm para aqui porque estão doentes mas fazem esta barulheira toda.". E mais não vi nem ouvi pois a minha consulta está já marcada para daqui a umas horas.

domingo, outubro 08, 2006

E dentro de uma semana estarei por aqui

Nuno Prata @ Fnac


O Nuno Prata lançou recente o seu primeiro álbum a solo (Foi anteriormente baixista dos Ornatos Violeta) chamado "Todos os dias fossem estes/outros" e foi à fnac para "a apresentação do dito cujo". (Poderia escrever isto de uma forma bem mais bonita mas, fingindo que estou a tentar escrever bem e fazendo um disparate destes, acabo por fazer um pequeno apontamento humorístico. Habituem-se.) Deu um concerto de aproximadamente uma hora (nada mau) o que acaba por ser quase o álbum todo. Gostei principalmente das músicas em que ele toca baixo, acho que têm outra graça De músicas com guitarrinhas e gajos a cantar está o mundo cheio, músicas com apenas um baixo e uma bateria é que já não é bem assim.

Como se calhar alguns de vocês sabem eu gosto de dizer mal. E os concertos são uma fonte de inspiração para tal. (Como se o dia-a-dia não proporcionasse já de si muito material.) Mas é que havia lá uma rapariga (com o seu grupinho) que me estava a irritar. Devia achar que era a maior fan de Nuno Prata (E se calhar até era, eu não era de certeza.) e tentava desesperadamente passar essa imagem. Sempre que se batiam palmas lá estava ela a bater palmas de uma forma despropositada (Muito eufórica) e chegou a fazer a "brincadeira" de ser a última pessoa a bater palmas, que giro. É certo que eu tenho uma paranóia com as palmas mas qualquer pessoa via que aquilo era despropositado. E depois não parava quieta, provavelmente para chamar a atenção do Nuno Prata que se manteve heroicamente a olhar para a frente o concerto todo.

Polémicas à parte, músicas como "Alegremente cantando e rindo vamos", " Guarda bem o teu tesouro", "Não, eu não sou um fantasma" e "Esse não" valem realmente a pena. Mas há mais.

A vida dos outros está de volta

Infelizmente é verdade.

Alguns pontos:

1- Apaguei o blog e criei-o de novo, ou seja, todos os posts que tinha foram ao ar, o que é um peso que tiro das costas pois alguns eram muito parvos e embaraçosos.

2- Decidi manter o nome do blog por uma questão de links que ainda permanecem noutros blogs. (Blog, para ser mais perciso, o "Minimalismo Exacerbado", que por isso merece uma salva de palmas. Palminhas! Vamos lá! Por outro lado vamos apupar o blog do JM, nem vou por o link, que mal viu que o "A vida dos outros" tinha acabado retirou o blog dos seus links sem dó nem piedade. Uh!) Mentira, achei que o nome continua a fazer sentido.

3- Posso não postar regularmente. Tou-me a cagar. Vou postar quando achar que o que eu vou dizer vale a pena e não postar só por postar, como chegou a acontecer anteriormente. Pois é, meus caros, foram enganados.

4- O blog vai voltar a ser sobre o que me apetecer e não necessariamente apenas sobre música, como era quando acabou no princípio de Setembro. Não faz sentido fingir que percebo muito de música, não percebo, por isso não posso/devo especificar-me apenas nesse tema.

5- Não há ponto 5 mas 5 são sempre melhor que 4.

Espero recuperar a assiduidade dos meus antigos leitores (Isto era uma piada. É subtil, eu sei.) e angariar ainda mais para a causa. ("Qual causa?" pergunta o estimado leitor, a verdade é que não há nenhuma mas se houvesse seria das boas.)