sábado, dezembro 08, 2007

Castanets @ Maxime


Cedo se percebeu que público era coisa que não existia para este concerto. No total, havia cerca de 40 pessoas para o concerto, um grupo de 30 pessoas num jantar de família e pequenos grupos num total de 40 pessoas. Estariam, portanto, cerca de 110 pessoas no Maxime, das quais apenas 40 tinham pagado os 8 euros de entrada pelo concerto. O resultado foi desastroso. O que poderia ter sido um concerto muito interessante e com carga emocional elevada, foi apenas uma vergonha para quem estava lá para o concerto. Senti vergonha e irritação pelo facto de as pessoas que não estavam lá para o concerto estarem constantemente a falar e rir. Um desrespeito pelo artista e por quem foi lá para o ver.

O senhor Raymond Raposa estava sozinho em palco, acompanhado apenas pelo seu pedal de loops. Vestido à lenhador americano, com chapéu de rede e tudo, e com a sua barba a atingirem os níveis de espectacularidade que podem ver na fotografia. Os tiques eram os mesmos que o do Bonnie 'Prince' Billy (também ele com uma bela barba), que tive o prazer de ver também no Maxime. A música era um pouco mais experimental mas, também ela, não andou muito longe da produzida pelo B 'P' B. O problema é que o Will Oldham já anda nisto há mais de 10 anos, através de projectos vários (sendo o projecto mais interessante o Bonnie 'Prince' Billy). Assim, já tem um público que lhe é fiel. O senhor Castanets, não. E essa é a razão pela qual, mais de metade das pessoas que lá se encontravam, não terem o mínimo interesse em ver o concerto. Sem microfone, e dirigindo-se para as mesas que sabia terem pessoas que queriam ver o concerto, chegou mesmo a comentar o facto de haver pessoas a falar e rir. Por esta razão, encurtou o concerto para uns escassos 45 minutos. Uma hora, no máximo. Quando fez encore disse qualquer coisa do tipo: It sounded like some of you didn't want me back. E, provavelmente, tinha razão. O encore foram duas músicas pedidas pelo público, que ele concordou em tocar sem qualquer hesitação.

Depois do concerto, foi beber um copo e conviver com quem quisesse trocar meia dúzia de palavras com ele. Já antes do concerto tinha estado ao balcão, a beber, sozinho.

Mas mesmo depois disto tudo, saí de lá com vontade de ouvir melhor os três albuns que ele já editou (eu antes de 3ª nunca tinha ouvido nada dele). Em parte pela simplicidade que mostrou ter.

2 comentários:

Maria del Sol disse...

Se há coisa que me irrita é a falta de respeito pelos artistas em palco. É um indício de escassa educação mesmo quando estes não são o cúmulo do talento, mas estão ali a ganhar a vida deles e ninguém tem o direito de os amesquinhar. Pior ainda se forem talentosos, como dizes que foi o caso.

Vou prestar mais atenção quando voltar a ver o nome dele :)

Francisco disse...

concordo plenamente