A segunda parte deste blog começou há mais de um ano. Inicialmente começou como a primeira parte tinha sido, um conjunto de actualidades que me interessavam. Expressei, mais tarde, sentimentos neste post e aos poucos o blog passou a ser quase que um diário, ainda que com uma tentativa, talvez falhada, de esconder alguns dos pormenores da minha vida privada. Agora que penso nisso, acho que raramente os textos foram uma forma de comunicar com vocês, meros leitores. Penso que foram antes uma forma de comunicar com a nome apagado. Provavelmente por isso parei de escrever aqui da forma como escrevia depois de 'bater no fundo' e, também por isso, devo reduzir mais ainda nos próximos tempos.
É tão estranho como as pessoas entram e saem de relações como se não fosse nada com elas. Como relações parvas se forma à minha volta. Como relações duradouras terminam sem que isso tenha efeito nas pessoas. Como relações duram sem razão aparente. Tudo isto me deixa muito pouco crente nas pessoas. Como disse, julgo que em Setembro 'bati no fundo' o que, como a nome apagado me dizia (e eu, de certa forma, concordo), é bom, porque é apartir daí que podemos regenerar. Digo 'de certa forma, concordo' porque julgo estar em fase de recuperação, daí este post, mas que regenero para o mesmo beco sem saída que me levou a 'bater no fundo'. É lixado.
Por enquanto, aprendo a estar sozinho. Esta é a minha regeneração, cada vez me sinto melhor sozinho. Não faço, por isso, intenções de mexer uma palha nos próximos tempos para me aproximar, de nenhuma forma, de quem quer que seja, rapariga, rapaz, travesti, transexual ou shemale. Não que o fizesse com muita frequência, diga-se.
«You should never go to them
Let them come to you»
The Smiths - I Don't Owe You Anything
quarta-feira, outubro 24, 2007
terça-feira, outubro 23, 2007
Oferenda
Não era para postar este poema, ainda que seja um dos meus preferidos (dos poucos que já li por aquí na internet), mas como a anónima gostou dos outros poemas do Miguel Torga (os dois últimos e o anterior a estes) este vai para ela. O poema, não as palavras.
"Menina que não lês o meu poema,
Mas que tens a pureza que nele canto,
Vê na balança dos meus olhos quanto
Pesa a ternura humana que te dou:
Ponho nas tuas mãos ingénuas de criança
Toda a herança
Que da morte da vida me ficou."
Miguel Torga - Coimbra, 24 de Abril de 1951
Reparem que dos quatro poemas que postei todos foram escritos em Coimbra. Fora de Coimbra ele escrevia coisas mais relativas à natureza, penso eu.
"Menina que não lês o meu poema,
Mas que tens a pureza que nele canto,
Vê na balança dos meus olhos quanto
Pesa a ternura humana que te dou:
Ponho nas tuas mãos ingénuas de criança
Toda a herança
Que da morte da vida me ficou."
Miguel Torga - Coimbra, 24 de Abril de 1951
Reparem que dos quatro poemas que postei todos foram escritos em Coimbra. Fora de Coimbra ele escrevia coisas mais relativas à natureza, penso eu.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Solidão
«Como nunca vieste, já não venhas.
O mais rico tesouro é o que se nega.
Ágil veleiro doutros mares, navega
Com as asas que tenhas!
Foge de ti, porque de mim fugiste.
Alarga a solidão que me consome.
E apaga na memória a praia triste
Onde eu pergunto às ondas o teu nome.»
Miguel Torga - Coimbra, 6 de Março de 1952.
«Agora que passou a inquietação
E sei que não vens,
Que aliviada solidão eu sinto!
Como um cadáver que se libertou
Das penas de viver,
Tenho nas veias um sossego frio.
É um repouso de pedra
Sem qualquer inscrição perturbadora.
Calma de hibernação
Nos ossos, no instinto e na razão,
E na própria vontade criadora.»
Miguel Torga - Coimbra, 20 de Julho de 1953
O mais rico tesouro é o que se nega.
Ágil veleiro doutros mares, navega
Com as asas que tenhas!
Foge de ti, porque de mim fugiste.
Alarga a solidão que me consome.
E apaga na memória a praia triste
Onde eu pergunto às ondas o teu nome.»
Miguel Torga - Coimbra, 6 de Março de 1952.
«Agora que passou a inquietação
E sei que não vens,
Que aliviada solidão eu sinto!
Como um cadáver que se libertou
Das penas de viver,
Tenho nas veias um sossego frio.
É um repouso de pedra
Sem qualquer inscrição perturbadora.
Calma de hibernação
Nos ossos, no instinto e na razão,
E na própria vontade criadora.»
Miguel Torga - Coimbra, 20 de Julho de 1953
quinta-feira, outubro 18, 2007
Like a Summer Thursday
«If only she
could feel my pain
but feeling is a burden
she can't sustain
so like a summer thursday
I cry for rain
to come and turn
the ground to green again
If only she
could her my songs
about the empty difference
between the rights and wrongs
then I know that I
could stand alone
as well as they
now that she's gone»
Townes Van Zandt - Like s Summer Thursday
could feel my pain
but feeling is a burden
she can't sustain
so like a summer thursday
I cry for rain
to come and turn
the ground to green again
If only she
could her my songs
about the empty difference
between the rights and wrongs
then I know that I
could stand alone
as well as they
now that she's gone»
Townes Van Zandt - Like s Summer Thursday
sábado, outubro 13, 2007
Começar pequeno (2)
«Everybody's going out
And having fun
I'm a fool for staying home
And having none
I can't get over how she set me free,
Oh, lonesome me
There must be some way
That I can lose these lonesome blues
Forget about my past and
Find someone new
I've thought of everything from A to Z
Oh, lonesome me»
Neil Young - Oh, Lonesome me
And having fun
I'm a fool for staying home
And having none
I can't get over how she set me free,
Oh, lonesome me
There must be some way
That I can lose these lonesome blues
Forget about my past and
Find someone new
I've thought of everything from A to Z
Oh, lonesome me»
Neil Young - Oh, Lonesome me
segunda-feira, outubro 08, 2007
Ponta Seca
«Remendo o coração, como a andorinha
Remenda o ninho onde foi feliz.
Artes que o instinto sabe ou adivinha…
Mas fico a olhar depois a cicatriz.»
Miguel Torga - Coimbra, 5 de Abril de 1952
Remenda o ninho onde foi feliz.
Artes que o instinto sabe ou adivinha…
Mas fico a olhar depois a cicatriz.»
Miguel Torga - Coimbra, 5 de Abril de 1952
quinta-feira, outubro 04, 2007
Fui até / Cheguei ao ponto de
«I went as far as losing sleep
I went as far as messing up my life»
Red House Painters - Japanese to English
I went as far as messing up my life»
Red House Painters - Japanese to English
Fernando Pessoa
«Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.»
Álvaro de Campos - Tabacaria
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.»
Álvaro de Campos - Tabacaria
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