O Indie-Rock está na moda. Suponho que isto não seja novidade para ninguém, basta ver o cartaz do Super Bock Super Rock para perceber isso mesmo. Correndo o risco de parecer presunçoso, tenho de admitir que não gosto desta moda. Mais pretensioso ainda, não gosto de modas no geral. Como tal, não gosto de ver bandas que eu gosto bastante serem ouvidas por tanta gente. Suponho que sinto a necessidade de me sentir diferente. Gosto que aquilo que eu oiço seja pessoal, gosto de pensar que a maior parte das pessoas não conhece as músicas que constituem a banda sonora da minha vida, gosto de pensar que sou das poucas pessoas que se identifica com determinada música, gosto de sentir que não sou igual a todas as outras pessoas, que há alguma coisa em mim que me torna diferente e que isso se expressa na música que oiço. Penso que todos somos assim, toda a gente sente a necessidade de vincar a sua personalidade e, ao mesmo tempo, sentir que não está só. Ser diferente não o sendo. E a música é um excelente exemplo disso mesmo. Obviamente não vou deixar de gostar de uma banda de que gostava por ela se tornar mais conhecida, nem vou dizer que não gosto de uma banda só por ela ser conhecida mas, como já disse, gosto de pensar que aquela música específica que me define só se aplica a mim e a mais meia dúzia, e que encontrando uma pessoa dessas meia dúzia tudo faz sentido. Mais uma vez, penso que somos todos assim, mas não sei se esse sentimento não estará um pouco mais ligado a mim por não ser, como o meu professor de Cambridge dizia em relação a ele próprio, “a people person”. Ou talvez seja exactamente o contrário, sou cada vez menos uma people person por me sentir cada vez mais diferente das outras pessoas e menos interessado nelas (ver frase da semana). Deve ser por isso que tenho tendência para bandas com letras muito pessoais, para quem as escreveu e para quem as ouve. A ironia disto tudo é que, o que eu oiço, é ouvido por milhões de pessoas que sentem o mesmo que eu.
Hoje estou numa de filosofar, cagem (palavra muito usada em filosofia) no que eu disse. Como diria o meu colega do blog Minimalismo Exacerbado: "todos somos vítimas da exerbação do ego".
Hoje estou numa de filosofar, cagem (palavra muito usada em filosofia) no que eu disse. Como diria o meu colega do blog Minimalismo Exacerbado: "todos somos vítimas da exerbação do ego".
21 comentários:
na moda tudo tá. tudo tá na moda.
queria perguntar ao do minimalismo musculado como é que o ego nos vitimiza.
porque, se ele nos vitimiza - como o musculado diz - é porque não é nosso, não faz parte de nós.
ou é nosso e somos auto-destrutivos?
obrigada.
ahahahah, sempre com análises tão profundas das coisas...
análise profunda é a do musculado, ora essa! tão profunda que não chego lá e quero perceber.
estás aí, musculado?
Caro francisco, maravilha de dissertação.
Estando eu farto de discussões do tipo "eu sou mais alternativo que tu" ou "a banda é que eu ouço é melhor porque é mais alternativa, porque mais ninguem ouve nem conhece", esta pequena dissertação é como uma pequena lufada de ar fresco.
É bonito ver, assumir e explicar esta fantástica falácia do pessoal com o dito "gosto alternativo".
Quanto à frase que o caro anónimo inquire, apenas posso explicá-la como um "massajador facial".
Para um rapaz inocente um massajador facial, não será mais do que isso, um objecto para massajar a face. Agora para uma mulher carente, já poderá ser outra coisa.
Daí que a frase poderá significar o que o caro anónimo desejar, é tudo uma questão de perspectiva.
Agora se inquirir o que significa directamente para mim. Bem para mim é isso mesmo, todos temos um ego tão grande que acabamos por ser vitimas (não necessariamente num sentido negativo) da sua exacerbação.
Vejam o factor Mourinho, ai está um homem que não tem medo de exacerbar o seu ego, sendo ele a verdadeira antitese do tipo português, sempre com medo de existir, e que factura graças a isso.
Por isso meus amigos, façam o favor de se exacerbar, que de modéstias estamos todos farto.
Um grande bem haja a todos!
Obrigado, obrigado. :)
engole o orgulho e compra o bilhete para o sbsr como toda a gente!
lol, em princípio só vou no dia 4, mas estou com pouca paciência para grandes confusões e de putos histéricos aos saltinhos a fazer moches para mostrar que são mauzões.
tas mm bue maduro. tao maduro que quase chegas ao podre
:) já tinha saudades.
"Ou talvez seja exactamente o contrário, sou cada vez menos uma people person por me sentir cada vez mais diferente das outras pessoas e menos interessado nelas." cá está.
e olha, não vás ao sbsr...nãaaaaaaao. não vou aguentar ouvir outra vez toda a gente a dizer que "arcade é que foi!"
ah, mas eu também já tenho aqui uma lista (e bilhetes) para concertos muito catitas, entre os quais modest mouse, e não vai ser num festival! :P
(in)felizmente, não me vais ouvir dizer "arcade fire é que foi" que eu tenho um exame no dia a seguir ao concerto Mas devo ir no dia 4.
quem me dera ver o johnny marr em acção...
so vais 4??? e dia 5? NAO PODES perder interpol!!!
quanto muito não posso perder tv on the radio mas vai ter de ser... Decidi passar a ser mais poupadinho.
Es um suave por aplicar um Minimalismo Exarcebado na tua contemplaçao do SBSR. Por causa de ti paguei o dobro do preço porra!
Acho que a historia de Nirvana esta-se a repetir: toda a gente a começar a ouvir a tua musica (ate eu dou os primeiros passos, vela) e tu começas a perder gosto nela. Sera que isto pode explicar o SBSR?
nah, isso aconteceu por três razões:
1- Ainda era novo e é natural que o meu gosto tenha mudado um bocado;
2- Ouvi demasiado o que fez com que acabasse por perder a piada;
3- toda a gente pensava que eu só ouvia nirvana e tavam sempre a dizer isso o que acabou por fazer com que eu quisesse deixar de ouvir.
ligas mt ao que os outros gostam/dizem... free your mind, enjoy the pretty songs
Mwahahaha o meu gosto musical continua mais obscuro k o teu!!! [/estupidez]
se durante dois anos acharem que tu só ouves uma banda e tiverem sempre a fazer piadas com isso, és capaz de começar a não achar muita piada à situação
chiça, que seca de post.
e que seca de comentários, caraças.
faz majé um post fiche.
epá, não tenho assim nada de interessante para dizer... Por acaso lembro-me que no sonho de hoje pensei: "isto era bom para por no blog" mas já não me lembro o que era nem se era interessante para escrever no blog não sonhado.
Aposto que envolvia-me a mim todo nu. Com um um copo de leite Ucal na mao. E no fim dizia: Para mim, Ucal é Ucal.
AH, era isso!
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