Jeff Buckley é um dos meu músicos favoritos e foi também (para o bem ou para o mal) muito importante na construção do meu gosto musical. É uma pena que ele tenha morrido tão cedo e não tenha tido oportunidade de lançar o seu segundo álbum que, pelo “rascunho” que chegou até nós, iria ser bastante bom. O mais interessante no Jeff Buckley é que é capaz de agradar a pessoas com vários tipos de gostos musicais (foi por isso que ofereci há pouco tempo o Grace a um amigo meu com gostos duvidosos). Para além disso, aliava à sua belíssima voz uma enorme capacidade em termos de composição, que está bem evidente no Grace. Um contraste entre uma simplicidade na maneira de ser e uma grande ambição em termos musicais, fizeram dele uma pessoa única.
Lembro-me que, há um ano e meio quando fui ver o Andrew Bird actuar sozinho no Lux, em alguns momentos lembrei-me dele e pensei como seria vê-lo ao vivo. Dificilmente terei essa mesma sensação na quinta-feira quando o for ver outra vez, já conheço bem demais o Andrew Bird para o comparar com quem quer que seja. Lembro-me também, que o meu irmão teve essa mesma sensação em um ou dois momentos do concerto. Isto para dizer que o Jeff Buckley me marcou muito e que não penso que alguma vez vou deixar de gostar de o ouvir.
O Grace continua a ser o álbum que faz mais sentido ouvir em noites solitárias. E podem vir mais 10 que isso não mudará.