quarta-feira, maio 30, 2007

Jeff Buckley (17.11.1966 - 29.05.1997)

A única desculpa é que ainda estou a escrever no dia 29 de noite.
Jeff Buckley é um dos meu músicos favoritos e foi também (para o bem ou para o mal) muito importante na construção do meu gosto musical. É uma pena que ele tenha morrido tão cedo e não tenha tido oportunidade de lançar o seu segundo álbum que, pelo “rascunho” que chegou até nós, iria ser bastante bom. O mais interessante no Jeff Buckley é que é capaz de agradar a pessoas com vários tipos de gostos musicais (foi por isso que ofereci há pouco tempo o Grace a um amigo meu com gostos duvidosos). Para além disso, aliava à sua belíssima voz uma enorme capacidade em termos de composição, que está bem evidente no Grace. Um contraste entre uma simplicidade na maneira de ser e uma grande ambição em termos musicais, fizeram dele uma pessoa única.
Lembro-me que, há um ano e meio quando fui ver o Andrew Bird actuar sozinho no Lux, em alguns momentos lembrei-me dele e pensei como seria vê-lo ao vivo. Dificilmente terei essa mesma sensação na quinta-feira quando o for ver outra vez, já conheço bem demais o Andrew Bird para o comparar com quem quer que seja. Lembro-me também, que o meu irmão teve essa mesma sensação em um ou dois momentos do concerto. Isto para dizer que o Jeff Buckley me marcou muito e que não penso que alguma vez vou deixar de gostar de o ouvir.
O Grace continua a ser o álbum que faz mais sentido ouvir em noites solitárias. E podem vir mais 10 que isso não mudará.

terça-feira, maio 29, 2007

Há dias assim

domingo, maio 27, 2007

Novo regresso ao blog, desta vez: pombos!

Para que certas e determinadas pessoas esqueçam o post anterior, e as pretensiosidades (isto nem deve existir) nele incluídas, decidi alimentar o mito de que eu tenho um fetiche por pombos (não sei porquê mas tenho esta mania de ajudar a que os mitos sobre mim se propaguem. Há uns tempos alguém lembrou-se de dizer que eu era viciado em supositórios e eu achei aquilo genial, (in)felizmente já ninguém se lembra disso). Adiante. Como todos vocês sabem eu tenho um fetiche por pombos (lá estou eu…) e é por isso que muitas das vezes em que ando na rua vou a observá-los. O problema é que volta e meia sou deparado com coisas que preferia não ver. A mais recente foi na sexta feira quando estava a chegar à minha rua e, como sempre, a olhar para uma zona em que os pombos se reúnem. Até aqui tudo bem, o pior é que, mesmo no momento em que estava a olhar para um pombo, ele teve vontade de, digamos, ir à casa de banho. Como tal e compreensivelmente não quis fazer as suas necessidades à frente dos da sua espécie por isso virou-se de frente para eles, de costas para mim, e cagou. Se não quiserem ler pormenores e salvar o pouco respeito que ainda nutrem por mim é melhor pararem de ler agora. Todos nós já vimos caca de pombo mas quantos de nós poderão dizer que já viram o ânus de um pombo. Pois é, eu, infelizmente, posso. O pombo, mais uma vez compreensivelmente, não quis sujar as suas penas e por isso o ânus quase que veio cá fora largar os detritos. Como se isto tudo não fosse suficiente, o pombo parecia estar com uma ligeira diarreia, o que fez com que aquela visão tenha sido ainda mais assustadora.

Gostava ainda de aconselhar um excelente psicólogo para todos os que leram este post o seu nome é Nelson Paiva e o número dele é o 219285194.

segunda-feira, maio 21, 2007

O regresso do pretensiosismo ao blog

O Indie-Rock está na moda. Suponho que isto não seja novidade para ninguém, basta ver o cartaz do Super Bock Super Rock para perceber isso mesmo. Correndo o risco de parecer presunçoso, tenho de admitir que não gosto desta moda. Mais pretensioso ainda, não gosto de modas no geral. Como tal, não gosto de ver bandas que eu gosto bastante serem ouvidas por tanta gente. Suponho que sinto a necessidade de me sentir diferente. Gosto que aquilo que eu oiço seja pessoal, gosto de pensar que a maior parte das pessoas não conhece as músicas que constituem a banda sonora da minha vida, gosto de pensar que sou das poucas pessoas que se identifica com determinada música, gosto de sentir que não sou igual a todas as outras pessoas, que há alguma coisa em mim que me torna diferente e que isso se expressa na música que oiço. Penso que todos somos assim, toda a gente sente a necessidade de vincar a sua personalidade e, ao mesmo tempo, sentir que não está só. Ser diferente não o sendo. E a música é um excelente exemplo disso mesmo. Obviamente não vou deixar de gostar de uma banda de que gostava por ela se tornar mais conhecida, nem vou dizer que não gosto de uma banda só por ela ser conhecida mas, como já disse, gosto de pensar que aquela música específica que me define só se aplica a mim e a mais meia dúzia, e que encontrando uma pessoa dessas meia dúzia tudo faz sentido. Mais uma vez, penso que somos todos assim, mas não sei se esse sentimento não estará um pouco mais ligado a mim por não ser, como o meu professor de Cambridge dizia em relação a ele próprio, “a people person”. Ou talvez seja exactamente o contrário, sou cada vez menos uma people person por me sentir cada vez mais diferente das outras pessoas e menos interessado nelas (ver frase da semana). Deve ser por isso que tenho tendência para bandas com letras muito pessoais, para quem as escreveu e para quem as ouve. A ironia disto tudo é que, o que eu oiço, é ouvido por milhões de pessoas que sentem o mesmo que eu.

Hoje estou numa de filosofar, cagem (palavra muito usada em filosofia) no que eu disse. Como diria o meu colega do blog Minimalismo Exacerbado: "todos somos vítimas da exerbação do ego".

quinta-feira, maio 17, 2007

Sérgio Godinho @ Teatro Maria Matos

Um concerto em família em que os papeis se inverteram, os filhos levaram os pais. Porquê? Porque os filhos gostam muito do álbum do ano passado do Sérgio Godinho, Ligação Directa. Uma boa forma de definir o público presente no concerto, todas as idades, todas as gerações para ver um dos melhores músicos portugueses da actualidade. Tenho de admitir que antes de conhecer este álbum o nome Sérgio Godinho não me empolgava muito mas fui conquistado por um dos melhores álbuns portugueses do ano passado. No concerto, não faltou nenhuma das músicas do novo álbum que eu queria ouvir (que eram todas). Não faltaram também alguns dos clássicos, para contentamento de algumas senhoras mais velhas que dançavam histericamente nas suas cadeiras à minha frente. E não foi só para as velhas, havia uma rapariga com uns 10 anos a cantar um dos clássicos dele, impressionante. O som da sala era bastante bom, já que o teatro teve obras há pouco tempo, e assim se fez justiça às canções e ao “gajo dos clã” que me impressionou bastante, belo músico. Eram 8 no total mas quase sempre apenas um deles recebia toda a atenção pela sua bela presença em palco.

Ainda têm oportunidade de o ir ver hoje, amanhã, sábado ou domingo. São só 15 euros que valem bem a pena se, como eu, gostaram do novo álbum dele ou se já são fãs há mais tempo. Eu próprio não me importava de ir outra vez, podia ser que não apanhasse com velhas dançantes à minha frente (não estavam bem à minha frente, pronto) que não me distraíssem tanto.

domingo, maio 13, 2007

A aparição de 13 de Maio

Hoje é dia 13 de Maio, dia da aparição de Nossa Senhora em Fátima. Mas a aparição de que eu vos venho falar é outra. Também ela em Fátima, também ela neste dia, também uma pessoa capaz de mover multidões, estou, obviamente, a falar do emplastro. Apareceu hoje na televisão atrás de um jornalista que entrevistava uma crente (na nossa senhora, não no emplastro). E eu pensei para comigo: Será esta aparição menos importante que a aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos? Nossa Senhora aparece com grande frequência em torradas e panquecas na América do Sul mas, e o emplastro? Pessoalmente, já não o via há muito tempo e já estava a ficar preocupado com o que lhe poderia ter acontecido. O mesmo não se sucede com Nossa Senhora, nunca a vi, nunca a verei e não fico preocupado com o que lhe terá acontecido quando ela deixa de fazer aparições durante muito tempo. Alguns poderão dizer que o emplastro não tem o mesmo impacto nas vidas das pessoas mas eu já vi o brilho nos olhos das pessoas que conseguem um lamiré do emplastro atrás de um jornalista. Este dia vai ser recordado por mim como o dia em que vi o emplastro pela nonagésima segunda vez e ninguém poderá mudar isso.

terça-feira, maio 08, 2007

If you have five seconds to spare then I'll tell you the story of my life

Of Montreal - Eros' Entropic Tundra


All I ever get is sad love
while watching all my friends find their happy love
I don't understand why I should be without love


All I ever get is sad love
always falling for the ones who feel nothing for me
Sometimes I think I should just forget about love


I was walking with my parents
through St. Peter's park
When I saw a young couple with a child
They were all holding hands and smiling
They seemed very nice, seemed to have a nice life


All I ever get is sad love
feeling incomplete and below being loved
I don't know why it has been so hard to find love


All I ever get is sad love
the unrequited kind is all I have procured
And it was nothing at all
like what I've heard about love


Without love life has no great reward
leaving us damaged or feeling so bored
Devoid of memories nothing to record
Wishing the ones that we adore loved us more


Isto é uma música do caraças à qual só dei a devida atenção há pouco tempo.

sábado, maio 05, 2007

Frase da semana

Vou iniciar uma secção na sidebar para frases. Sabem aquela frase daquela música que não vos larga e é repetida na vossa cabeça vezes e vezes sem conta? Pois bem, é para essas frases. Ainda que o nome seja "Frase da semana" talvez mude com mais frequência que apenas uma vez por semana, logo se vê.

A primeira frase é dos Joy division. Hoje o meu irmão estava a ouvir o álbum "Closer" na aparelhagem e fiquei com aquela sensação de "porque é que eu não oiço mais vezes isto?", sabem? Conheço o álbum "Closer" relativamente bem, ainda que, não conheça as letras tão bem quanto elas merecem. Vou apanhando umas frases. E uma delas, e "Frase da semana", é esta:
"This is a crisis I knew had to come, destroying the balance I'd kept." - Ian Curtis em Passover - Joy Division

Porque sim

Sempre gostei muito desta música. É muito curta mas é uma das melhores músicas do Morrissey a solo. Hoje ia a ouvir o Viva Hate, o álbum do Morrissey em que está esta música, e quando chegou a esta lembrei-me que tem uma letra do caraças e que é belíssima.
Morrissey - Angel, Angel, Down We Go Together
Angel, Angel
Don't take your life tonight
I know they take
And that they take in turn
And they give you nothing real
For yourself in return

But when they've used you
And they've broken you
And they've wasted all your money
And cast your shell aside

And when they've bought you
And they've sold you
And they've billed you for the pleasure
And they've made your parents cry
I will be here
OH, BELIEVE ME
I will be here
...believe me

Angel, don't take your life
Some people have got no pride
They do not understand
The Urgency of life
But I love you more than life
I love you more than life
I love you more than life
I love you more than life

sexta-feira, maio 04, 2007

Camané @ Teatro Municipal S. Luiz

Um concerto que custa 5 euros já valeu, à partida, a pena assistir. E esse foi o grande incentivo, tudo o que é grátis ou muito barato os portugueses querem e eu não sou excepção. Sendo esse concerto num teatro como o Teatro Municipal S. Luiz (já fui ver e foi inaugurado em 1894) mais a pena vale. As expectativas não eram muitas, havia sim alguma curiosidade em ver como seria o concerto. Primeiro por ser o Camané e em segundo por ser curioso que um músico que toda a vida cantou em português faça um espectáculo em que a maior parte das músicas eram em Inglês, ainda para mais num género que não é o seu (pois, cantar fado em inglês é que seria estranho). A verdade é que o resultado não é o que se pretendia. Supostamente, o espectáculo deveria ser bonito. Não o foi. Em grande parte pela pronuncia do Camané, que nem sempre era a melhor e que, por vezes, causava algum riso (pelo menos em duas pessoas no 2º balcão, fila B). Mas também houve coisas boas. Não se notou, por exemplo, que o facto de estar a cantar numa língua que não era a dele o incomodasse, o que é de louvar. E, claro, houve músicas interessantes.

Coisinhas:
Havia um gajo atrás de mim que estava constantemente a bater o pé. Ora, temos ali 50 músicos profissionais mas, ainda assim, o raio do homem acha que pode acrescentar qualquer coisa ao concerto com o seu bater de pé. Gostava de saber o que é que o senhor estava a pensar naquele momento "Ora, agora entro aqui. Uau, que entrada brilhante. Pera, deixa-me parar que isto agora fica melhor sem batuques. Sou mesmo bom." Patético.
Sendo o Camané um fadista, não pode deixar de cantar um fadito, até cantou o mesmo duas vezes, ao qual se seguiu, de ambas as vezes, um potente "AH FADISTA!" do sr. Zé (ouvi uma senhora comentar).