Peripécias

O exame de hoje até correu bem mas estou desconfiado por causa do azar que tive durante a hora que o antecedeu. Mesmo antes de sair de casa a minha mãe pergunta-me como está o tempo. Olho pela janela e digo "eu diria que não chove na próxima meia-hora, ou uma hora." Ora, eu que até tenho as minhas próprias previsões meteorológicas em boa consideração, mal chego lá abaixo, dá uma carga de água. Felizmente, tinha banda sonora adequada e um guarda-chuva. A meio caminho entre casa e o metro decido abrigar-me para limpar os óculos, que tinham apanhado chuva quando achei que já não chovia. No momento em que recomeço a caminhada cái uma daquelas gotas enormes entre os óculos e os olhos. Segui caminho. Chego ao metro e estão as pessoas a subir as escadas de acesso à plataforma para onde me dirigia. Tinha perdido o metro por 15 segundos. Os mesmos que perdi a limpar os óculos para nada. Ao chegar ao Campo Pequeno, uma senhora, qual fanático em Nova Iorque que anuncia o judgement day, avisa sobre uma qualquer catástrofe mundial. Nessa altura o Bob Dylan cantava "Look out the saints are comin' through" (juro). Depois, naqueles instantes em que paro nos semáforos antes de chegar à faculdade, aquele tempo em que oiço uma última música (sempre escolhida com cuidado), avisto uma daquelas pessoas com quem falei meia dúzia de vezes e com a qual não me apetece falar. Acontece-me imensas vezes encontrar pessoas ali quando me apetecia ir descansadamente sozinho o resto do caminho. Deixo-me ficar para trás e chego, semi são e salvo, à faculdade.

E agora que já descansei do exame vou estudar para o próximo que esse e o de quinta/sexta é que vão ser.