terça-feira, julho 31, 2007

Regresso

Regresso com um vídeo. Um vídeo que esteve na sidebar toda a semana mas que, ainda assim, sei que ninguém o viu. É uma música do morrissey cantada por ele na televisão há quase 17 anos. Nunca achei esta música nada de especial até ter visto este vídeo. E isso, foi um dia antes de me ausentar. Assim, fiquei com ela na cabeça e ouvia-a em repeat sempre que podia. Aqui fica a parte final da letra:
Something I have learned
If there is one thing in life I've observed
It's that everybody's got somebody
Ooh no, not me
So I've changed my plea to guilty
And reason and freedom is a waste
It's a lot like love

sábado, julho 21, 2007

Desabafo #2

Post Scriptum: Iniciei o post sem saber o que ia escrever e acabei por me alargar na dissertação, ainda assim, gostava muito que lessem e que tirem prazer disso. Gostava também que toda a gente que ler comentasse. É bastante pessoal, diga-se. É nesse sentido que o blog tem evoluído, penso que seja porque falar sobre nós é sempre mais fácil e cada vez mais me apetece escrever e não dizer só disparates. Se não o quiserem ler, leiam só o último parágrafo mas devo confessar que é dos textos que mais prazer me deu escrever. E dos mais pessoais, também.

De há uns tempos para cá que vivo com medo do futuro. Um aperto no coração, por assim dizer. Já referi anteriormente que não queria que o verão chegasse e, agora que ele chegou, tenho ainda mais a certeza disso. Vivo com medo do futuro, que grande verdade. De um futuro próximo, não do futuro daqui a 5 anos porque com esse tenho eu tempo para me preocupar. Suponho que só tem medo do futuro quem tem planos para este. Quem não tem qualquer objectivos para o seu futuro, nada espera dele, logo não tem medo que os seus objectivos não se concretizem. Sim, acho que é verdade. Mas também, será possível não ter esperança em nada? Acho que não. Pelo menos, não ter esperança em nada por um longo período de tempo. Dizia eu, então, que estou com medo do futuro, nomeadamente do verão. As razões são simples, o verão sempre foi uma altura um pouco solitária para mim e, agravado com o facto de já ter este sentimento de solidão à partida, este verão de 2007 assusta-me. Acho que o que me preocupa mais é o tempo que vou ter para pensar nas coisas que me deprimem. Se em tempo de aulas não tinha tanto tempo e andava de trombas inúmeras vezes, o que esperar agora? Julgo que a conclusão é clara. A palavra trombas não será a melhor para me definir. Deixem-me pensar. Sim, ausente, é isso. Ando ausente. Se o cérebro trabalhar a dois níveis, digamos assim, interajo com as pessoas pelo segundo, sendo que, o primeiro, está a pensar noutras coisas. Em grupos, deixo as pessoas a falar enquanto penso nas minhas coisas. A verdade é que a maior parte das conversas nem me interessam por isso acabo por não perder grande coisa. O Oscar Wilde dizia «It is absurd to divide people into good and bad. People are either charming or tedious.» E eu concordo. Contam-se pelos dedos das mãos as pessoas que considero serem interessantes. Todas as outras até podem ser aceitáveis (é uma palavra bastante feia neste sentido) quando em grupos mas basta passarmos breves minutos sozinhos com elas para rapidamente percebermos que nada temos em comum. A maior parte das vezes, estas são pessoas que vemos quase todos os dias. E isso é triste. Quando somos crianças qualquer outra criança pode ser nossa amiga desde que goste de brincar à apanhada ou às escondidas. Depois, vamos crescendo e tornamo-nos cada vez mais exigentes quanto às pessoas com quem estamos. E, se esse crescimento for acelerado, o choque de nos apercebermos que gostaríamos de ter outras pessoas é maior. Pessoas que tenham mais a ver connosco. No caso de pessoas que já conhecemos há anos não há tanto esse problema, crescemos juntos, há sempre coisas que nos unem. Se não outra coisa, há história. Mas, se depois do tal crescimento, olharmos para as pessoas que conhecemos há pouco tempo, percebemos que não nos interessam tanto como deviam. Felizmente, há sempre excepções para confirmar a regra. Escusado será dizer que sinto que foi isto que me aconteceu: cresci demasiado rápido. E isso trouxe-me alguma infelicidade:

Further into the fog I fall
Well, I was just
Following you!
When you said :

"Do as I do and scrap your fey ways"
(Dial-A-Cliché)
"Grow up, be a man, and close your mealy-mouth!"
(Dial-A-Cliché)
Dial-A-Cliché
Dial-A-Cliché

But the person underneath
Where does he go?
Does he slide by the wayside?
Or ... does he just die?

And you find that you've organised
Your feelings, for people
Who didn't like you then
And do not like you now
But still you say:

"Do as I do and scrap your fey ways"
(Dial-A-Cliché)
"Grow up, be a man, and close your mealy-mouth!"
(Dial-A-Cliché)
"The Safe way is the only way!
There's always time to change, son !"
I've changed
But I'm in pain!
Dial-A-Cliché

Ponho esta música não por me identificar inteiramente com ela mas por levantar alguns aspectos interessantes. Parece-me que a música é sobre alguém que mudou por causa de outra pessoa. Queria ser mais interessante aos olhos dessa pessoa. Naturalmente isso não serviu de nada: «And you find that you've organised / Your feelings, for people / Who didn't like you then / And do not like you now» e por isso: «I've changed / But I'm in pain». Felizmente, não mudei por ninguém. Isso parece-me um grande erro. Mas aquele «inteiramente» deixa-vos a pensar, não é? Acho que a diferença entre mim e o sujeito poético é que não mudei por causa de uma pessoa mas com uma pessoa. Mais uma vez, diria o Morrissey: «such a little thing makes such a big difference». Se não faz sentido mudarmos por uma pessoa, faz todo o sentido mudarmos ao aprendermos com outras pessoas e agradecer-lhes por isso.

Já passa da meia-noite (ainda que apareça datado de sábado) e eu já escrevi muito. Têm tempo de ler, só devo voltar dia 31 deste mês. Por isso, bom início de férias para aqueles que as vão ter e boa continuação de trabalho para os outros.

City Bird

Ontem, ao fim da tarde, apanhei um pardal acabado de nascer que tinha caído do ninho mesmo à porta de minha casa. Passou a noite indoors. Como vou para o Algarve amanhã, e os meus pais não queriam dar conta do recado, tive de tentar a reabilitação. Assim, acordei às 8 da manhã, dei-lhe de comer, e fui pô-lo na árvore de onde ele caiu num cestinho (em forma de ninho) na esperança que sobreviva. Pensei em ficar algum tempo a olhar para lá para ver se algum pássaro lá ia mas, como tenho quase a certeza que não irão, preferi não ficar a olhar e manter a esperança de que tenham lá ido. Será esta uma atitude reprovável? É um bocado. Correcto seria leva-lo comigo para o Algarve (e pensei nisso) mas achei que "não se justifica". E sinto-me mal por isso. Tive apenas algumas horas com ele mas afeiçoei-me ao raio do pássaro.

City bird haven't you heard
hasn't anybody told you?
These city blocks can't hold you
Your place is in the sky how can I show you?

City bird haven't you learned
of the boundlessness of your freedom
The sky is your blue kingdom
You neglect your wings like you don't need them

City bird maybe these hands that feed you need you
Maybe you understand that city bird
of Monteral - City Bird

sexta-feira, julho 20, 2007

Poesia Pop - Leitores do blog. Leitores do blog - Poesia Pop

Para mim, há dois tipos de poesia: a poesia e a poesia pop. Eu sou mais adepto da poesia pop. Poesia usada em músicas pop. Muitas vezes poderá não ter o brilhantismo da poesia feita por poetas, é de mais fácil compreensão e é mais imediata, mas tem um je ne sai quoi. Salvos casos raros não há grandes interpretações a fazer e, muitas vezes, quando as há, é porque quem as escreveu não sabe escrever e não porque, propositadamente, esconde o verdadeiro significado das suas palavras. Das excepções destaco, claro, o Morrissey. Basta ver a forma como ele esconde a sua possivel homosexualidade na música Hand in Glove. Basta ver a forma como consegue, constantemente, servir-se do sarcasmo para fazer rir (ver Sweet and Tender Hooligan). Basta ver a crítica que faz à sociedade inglesa, nomeadamente, à família real (Queen is Dead) ou, por exemplo, ao metodo de educação britânica nas escolas (The Headmaster Ritual) e em casa (Barbarism Begins At Home). Basta ver como consegue que letras incrivelmente pessoais consigam, no entanto, soar verdadeiras a tanta gente. Mas dizia eu, então, que são raras as excepções em que a poesia pop pode ser considerada poesia clássica, por assim dizer. Um dos exemplos é o Morrissey, mas há mais. Stephen Merritt dos Magnetic Fields é, na minha opinião, um deles. Quem escreve versos como I live on the blue planet / that I saw in your eyes / but now I can't stay / knowing it's made / of beautiful lies se não é poeta então não sei o que é. O Leonard Cohen é outro, basta ver a música Avalanche. Se bem que o Leonard Cohen é um caso raro de um poeta (com livros publicados) que se virou para a música. Como último exemplo, temos o Kevin Barnes dos of Montreal que, não sendo tão bom quanto os outros, tem uma característica que o diferencia deles: cria personagens e fala sobre eles (agora, anda com letras mais pessoais também mas pronto). Têm, por exemplo, um álbum chamado Gay Parade (de alegre) em que todas as músicas falam sobre as pessoas que se encontram na dita manifestação. Temos, por exemplo, uma Fun Loving Nun, um Miniature Philosopher ou até um Advice From a Divorced Gentleman to His Bachelor Friend Considering Marriage.

No outro dia tava a falar com um amigo meu que dizia que relegava as letras das músicas para segundo plano, focando-se mais na composição. Eu sou o contrário, procuro na música palavras de consolo e conselhos que possa usar na minha vida.

É a isto que eu chamo Poesia Pop.

quinta-feira, julho 19, 2007

Fumar ou consequência do meu vício no blog Estado Civil

Quem disse que fumar não era cool não fazia a mínima ideia da barbaridade que dizia. Fumar é cool, sim. Apenas, resistir à tentação, é mais ainda.

terça-feira, julho 17, 2007

Nos últimos dias

Redescoberta:

The Go-Betweens - 16 Lovers Lane

Descoberta:

David Bowie - Ziggy Stardust

A ser explorado:

Talking Heads - Remain In Light

segunda-feira, julho 16, 2007

Laurie Anderson @ Culturgest - Grande Auditório

No blog Sound + Vision, o Nuno Galopim, descreve o concerto como tendo sido "assombroso". Não chegarei a tanto. Mas foi sem dúvida um grande concerto. As músicas que iriam ser tocadas e a sua ordem estavam já anunciadas no panfletos que nos eram entregue à entrada. A razão? Legendas. Sendo um concerto de música quase toda ela falada, torna-se necessário perceber todas as palavras do seu discurso. Para o concerto fez-se acompanhar do seu violino eléctrico, estando também encarregue da parte electrónica, e de 3 músicos, teclados, baixo e viola (viola mesmo viola, não é uma guitarra clássica. Para quem não sabe viola é uma espécie de violino mas um bocadinho maior). A primeira música conta-nos a invenção da memória. É isto que Larie Anderson é, uma contadora de histórias. Mas não só. É também muito crítica em relação aos Estados Unidos, nomeadamente, à Guerra no Iraque como em «Callin Em Up». E do quotidiano como em «Lost Art of Conversation» ou «The Underwear Gods». O que têm então as músicas em comum? A crítica. Sempre presente e sempre inteligente. E, quase sempre, com graça, várias foram as vezes que o público reagiu com risos às letras. Principalmente na hilariante «Only An Expert» (can deal with a problem). No final, ovação de pé por 90% do público presente e um sentimento de que se tinha vivido uma experiência única. Ficaram a perder as 3 pessoas que não quiseram vir comigo ao concerto. Bem feito.

domingo, julho 15, 2007

Eleições intercalares

Sinto que cumpri o meu dever ao ir de propósito pôr um voto em branco. Dirão alguns que só tenho de andar meia dúzia de passos para lá ir. É verdade, mas, mesmo assim, fui lá pôr um voto em branco. Muitos não se dariam a esse trabalho.
Espero que tenham ido votar, eu acho que é importante.

sexta-feira, julho 13, 2007

Dance Station @ Coliseu

As pessoas que me conhecem sabem que nunca fui muito virado para música electrónica mas, aqui e ali, há excepções. Ontem, aquilo que me levou ir ao Coliseu foi a curiosidade de ver os Air. Não é a primeira vez, nem será a última, que vou a concertos por curiosidade. A verdade, é que me tenho saído bem e mais uma vez isso aconteceu.
A primeira banda a actuar foram os !!!, banda que já tinha visto em Paredes de Coura o ano passado e tinham feito mais que cumprido as expectativas. Desta vez, excederam e muito. Quem os conhece sabe que eles são bastante competentes ao vivo, em grande parte, pelo vocalista e as suas danças. Mas desta vez, na minha opinião, estavam no seu melhor. A maneira como o concerto foi conduzido é de uma banda já muito experiente nestas andanças, sabem prever os momentos e as músicas que terão melhor aceitação e planear o concerto a partir disso. Por duas vezes o vocalista foi dançar para o meio do público, mais as vezes que se pendurou em cima das grades, tendo uma das vezes ficado a dançar com um espectador, que se pôs deliberadamente à sua frente, durante algum tempo. A música, já se sabe, obrigou toda a gente a dançar durante todo o concerto.
De seguida vieram os Air, talvez a banda mais esperada da noite. Nas primeiras três (?) músicas o concerto estava muito morno. Foi só a partir da música "Remember" do seu primeiro álbum que o concerto começou a aquecer. Desde essa música até à sua primeira saída de palco tiveram uma actuação segura (e curta) , com poucos altos e baixos. Foi só quando voltaram para o encore que se percebeu que tinham guardado os trunfos para estas últimas músicas. Assim, acabaram o concerto em apoteose.
Quanto aos fischerspooner não poderei falar muito visto que vi apenas metade do concerto (já não eram horas para eu andar por ali). Ainda assim, posso dizer que não gosto do estilo deles. Percebo que haja pessoas que gostam do espectáculo que eles dão mas eu, pessoalmente, não. Para ver bandas dos anos 80 teria nascido nos anos 70. Não aconteceu.

Resumindo:

!!! - 9/10
Air - 8/10
Fischerspooner - 3/10

quinta-feira, julho 12, 2007

Livros

Ontem acabei de ler este. Gostei bastante. Principalmente da história e da maneira como esta é contada. O livro tem várias personagens principais, por assim dizer, todas elas um tanto ou quanto estranhas, algumas delas, são mesmo loucos de um hospício. A escrita é que é um pouco pretensiosa, na minha opinião. Não gosto muito de escritores com manias e ele tem algumas. Nada que tire o prazer de ler o livro. Não será um bom livro para um Nelson mas porque não para uma Sara, uma Cláudia ou uma Anónima? Fica a sugestão.

Edit: Tal como prometido aqui está um excerto de um livro, sobre a 2ª guerra mundial, que uma das personagens principais está a ler:

«Tortura


Na primeira vez ou quando é sobre alguém que conhecemos, agarram o nosso punho com força e guiam-nos a mão. Nós temos de o fazer. Ninguém recusa. Agarram-nos o punho e dirigem-nos a mão com força apenas para não tremermos. Para não falharmos. Para torturarmos com exactidão.


Em qualquer sítio e a qualquer momento, podemos ouvir: Tortura. E chamam-te.

Podem designar-te para torturar ou para ser torturado. Não é necessário cometeres uma falha. Podem escolher-te aleatoriamente para sofreres.

Quando te dizem: Tortura, não sabes se te chamam para torturar ou para ser torturado.


Depois de dizerem essa palavra, tens de os seguir. Não há uma terceira alternativa: ansiarás por torturar.

As torturas são executadas no compartimento daquele que escolheram como carrasco. Por isso, quando vês que se dirigem para o teu compartimento não consegues evitar a alegria: cerras os punhos, dás um urro de satisfação.


Só quando entras no teu compartimento é que verás quem vai ser torturado por ti. Pode ser um desconhecido, mas pode também ser um amigo ou alguém que ames. Nessa altura sentirás nojo, não tanto pelo acto de tortura, a que és obrigado, mas pela alegria sentida, momentos atrás, quando percebeste que não irias ser a vítima; uma alegria instintiva que não respondeu a nenhuma ordem e que, por isso mesmo, te enojará durante algum tempo.»

quarta-feira, julho 11, 2007

Enquanto o filme não chega...

O filme estreia já daqui a duas semanas mas, enquanto esse esperado dia não chega, podemos sempre rever os episódios (este pequeno excerto de um especial halloween é dedicado ao Nelson):

segunda-feira, julho 09, 2007

"Everything in my life felt like it was coming to a mysterious close: I could hardly walk to the end of a street without feeling there was no way to go except back. The dates I’d had that summer had come to nothing, my job was a dead end and the rent cheque was killing me a little more each month. It seemed unlikely that anything could hold much longer. The only question left to ask was what would happen after everything familiar collapsed, but for now the summer was stretched between me and that moment."

Este pequeno texto é de uma música falada dos Clientele. A música chama-se Losing Haringey. Gosto muito da descrição de um dia de início de verão que ele faz nesta música. Mais, identifico-me com ela. Não ter sítio nenhum para ir mas sair de casa, ainda assim. E a sensação de "there is no way to go except back" não podia ser mais verdadeira. Assim, hoje fui à faculdade. A desculpa? Ir buscar fotocópias. Quando vinha para casa decidi fazer um mini desvio e vir por dentro do jardim do Campo Grande. Foi lá que vi uma cena que me impressionou bastante. Um pombo deitado, claramente a morrer, lutava teimosamente para que o vento não o derrubasse. Há quanto tempo estaria ali deitado? Há quanto tempo estaria o vento a tentar derrubá-lo? A verdade é que enquanto eu pensava na minha vida, aquele pobre pássaro lutava pela sua. Senti-me identificado com ele, ambos lutamos contra a corrente ainda que, mais tarde ou mais cedo, também nós vamos acabar por desistir de lutar. Ele vai morrer. Eu vou ser infeliz.

domingo, julho 08, 2007


Standing at the punch table swallowing punch
can’t pay attention to the sound of any
onea little more stupid, a little more scared
every minute more unprepared

I made a mistake in my life today
everything I love gets lost in drawers
I want to start over, I want to be winning
way out of sync from the beginning

sexta-feira, julho 06, 2007

Super Bock Super Rock - dia 4

À chegada já tocavam os Linda Martini (os Mundo Cão já tinham tocado). Cedo deu para perceber que, se em álbum não são nada de especial, ao vivo são ainda piores. Muita energia, muita vontade mas pouca qualidade. Nada mais a dizer. Acabado o concerto muitas foram as pessoas que se dirigiram para as barracas de comes e bebes permitindo, assim, um avanço considerável para junto do palco. Iam tocar os Clap Your Hands Say Yeah! Uma banda que com o seu primeiro álbum angariou muitos fãs mas que com a saída do segundo perdeu outros tantos. Talvez por terem a noção que o público queria ouvir as músicas do primeiro álbum e por se tratar de um festival, decidiram basear a sua playlist nesse álbum. Uma opção pouco comum mas, na minha modesta opinião, bem feita. Ironicamente, um dos melhores momentos do concerto foi a música “Satan Said Dance” do novo álbum. No fim do concerto, nova debandada. Não que os Maxïmo Park não chamassem muita gente mas o intervalo entre as duas bandas convidava a um pequeno descanso. O concerto de Maxïmo Park foi, também ele, bastante razoável. Ficou claro que o vocalista, Paul Smith, tem personalidade e muita energia em cima do palco. Assim, confirmou-se o que eu já havia dito anteriormente: desta fornada de bandas britânicas que tem surgido nos últimos 2/3 anos estes são aqueles em que mais deposito esperanças. Tirando os Franz Ferdinand, claro. O concerto, que, ao contrário do dos CYHSY, teve muitas músicas do novo álbum, teve bons e maus momentos. Não conseguiram manter um nível sempre elevado de qualidade. Talvez, com as músicas do novo álbum, não tenham material para isso. Chegado ao fim deste concerto, uma discussão sobre as opções tomadas por estas duas bandas. De um lado, uma banda que joga pelo seguro e toca mais músicas do álbum que as pessoas queriam ouvir. Do outro, uma banda que opta por promover o seu novo álbum arriscando, assim, dar um pior concerto. Quem sou eu para julgar a opção de cada uma das bandas? Quem disse ninguém acertou em cheio e receberá, na sua respectiva casa um cheque-disco da fnac no valor de 10 euros para gastar na secção alternativa/independente. Entraram, de seguida, uma das bandas mais esperadas da noite, os Jesus and Mary Chain, que depois de alguns anos separados juntaram-se de novo para fazer… merda. A linha entre a despreocupação e o ser antipático é muito ténue e, infelizmente, foram mais antipáticos que outra coisa. Chegaram, tocaram e foram-se embora. Não disseram mais que “thank you” e “thanks” e não pareciam especialmente interessados em se o público estava interessado ou não. Desilusão da noite. Assim que o concerto acabou, as pernas imploravam por descanso. Por isso, o concerto de LCD Soundsystem foi visto de mais longe. Numa zona onde havia tempo para as duas pessoas do lado poderem dançar de forma histérica (hihihihihi) e eu, cocó como sou, a mexer-me um pouco (que, como quem me conhece sabe, não é fácil). Foi incrível olhar para a frente e não uma única pessoa parada. Toda a gente se mexia. Como diriam os Kings of Convenience “the music's too loud and the noise from the crowd increases the chance of misinterpretation so let your hips do the talking. I'll make you laugh by acting like the guy who sings and you'll make me smile by really getting into the swing”. Uma atrás de outra, todas as músicas tinham o mesmo efeito no público. Até que, já em encore, acabam o concerto com a “New York, I love you but you’re bringing me down”, uma das melhores músicas deste ano. E que forma de acabar o concerto. Para alguns foi uma forma muito anti-climática de acabar o concerto. Mas não poderá esta música obter tanto ou mais clímax que, por exemplo, a “Daft punk is playing at my house”? Se dúvidas havia a resposta é sim, pode. Sem dúvida, o melhor concerto da noite.

Resumindo:

Linda Martini – 2/10
Clap Your Hands Say Yeah – 8/10
Maxïmo Park – 7/10
Jesus and Mary Chain – 4/10
LCD Soundsystem - 9/10