sábado, junho 30, 2007

Lua

Tenho um grande fascínio pela Lua. Neste momento, ela está como eu gosto, cheia. Como um prato, diria o Jeff Buckley. Gosto de reparar nas várias zonas da Lua. Não é como o sol, que é todo igual. Neste momento toca nos prédios a 500 metros de minha casa, gosto muito quando a Lua está assim, rente ao horizonte. Parece que não quer nada com ninguém, não quer que ninguém repare nela e, por isso, vai subindo devagarinho no céu. Já o sol, desde que aparece, exige atenção. Exige que se repare nele. Exige que as pessoas acordem para o contemplar. A Lua manda as pessoas para a cama. Tal como o sol, ilumina a Terra, mas fá-lo com mais beleza e de forma muito discreta. Dá sem pedir nada em troca. É bonito isso. Para além disso, tem fases, tanto pode estar cheia como não estar lá, não é sempre igual. É por isto que me identifico muito com a Lua. Tímida, não quer incomodar ninguém. Sem exigir muita atenção, gosta que reparem nela, mas não desespera quando quase ninguém o faz. Em constante mudança de humor, tanto se sente feliz como se esconde para estar sozinha. Por fim, não depende de si para estar preenchida.

Fiquem agora com uma música dos Magnetic Fields sobre o Sol e a Lua:
They say there's a sun in the sky
but me, I can't imagine why
There might have been one
before you were gone
but now all I see is the night, so

I don't believe in the sun

How could it shine down on everyone
and never shine on me

How could there be such cruelty.

The only sun I ever knew
was the beautiful one that was you
Since you went away it's nighttime all day
and it's usually raining too

The only stars there really are
were shining in your eyes
There is no sun except the one
that never shone on other guys
The moon to whom the poets croon
has given up and died
Astronomy will have to be revised

sexta-feira, junho 29, 2007

Insónias

Ontem só consegui adormecer às 4 da manhã. Não me lembro da última vez que fiquei na cama até tão tarde. Pera, afinal lembro-me. Continuando, fiquei até às 4 da manhã sem conseguir dormir. Atribui as culpas ao exame que tive hoje de manhã, já me tinha acontecido. O mais estranho é que eu, durante as horas que estive acordado, não pensei uma única vez no exame. É normal não conseguir dormir por razões em que não se está a pensar? Deve ser o maricas do meu subconsciente que estava nervoso (o uso da palavra maricas foi propositado para a ritah poder gozar). O raio do livro que estou a ler também não ajudou, é muito bom e pôs-me a pensar. E, naturalmente, quando não conseguia dormir, vi o programa da tvi da madrugada.

quarta-feira, junho 27, 2007

As minhas homosexualidades

Por estar a ser acusado, por certas e determinadas pessoas, decidi fazer um top (atenção que a quem se sente ofendido por estereótipos):

5 - tenho um pedaço da camisa que o Morrissey envergava no concerto de Paredes de Coura do ano passado;
4 - ando com a mania de andar;
3 - o fumo dos cigarros faz-me dor de cabeça;
2 - gosto de cruzar a perna "à gaja";
1 - baixo sempre a tampa da sanita depois de a usar;

Desculpas esfarrapadas:

5 - ele manda uma ou duas camisas todos os concertos é uma imagem de marca...
4 - não é para fazer compras, é só andar para espairecer as ideias...
3 - é só às vezes...
2 - não é assim tão raro...
1 - não tenho desculpa neste ponto.

Comentário aos comentadores

Para todos aqueles que me acusam de estar deprimido, tomem lá disto:

What he said :
"How come someone hasn't noticed
That I'm dead
And decided to bury me?
God knows, I'm ready!"

What he said was sad
But then, all the rejection he's had
To pretend to be happy
Could only be idiocy
adaptado de The Smiths - What She Said

domingo, junho 24, 2007

Para combater a depressão - parte 1

Esta música é absolutamente genial, a quantidade de rimas que ele faz, sem que por isso a música perca qualidade, é impressionante. O video é de alguém com imaginação e muito jeito para estas coisas, uma animação muito bem feita. A sério, vejam.

sábado, junho 23, 2007

Desabafo

Chegou o Verão. E pela primeira vez na minha vida não quero que ele chegue. Ao contrário das outras pessoas o meu ano não acaba a 31 de Dezembro, acaba em Julho e começa em setembro. É nessa altura que faço o balanço do ano que passou. Talvez por fazer anos em Agosto. Talvez por ser a altura de férias. Talvez por ser uma altura mais solitária, logo, própria para pensar. Não sei. Porque não quero então que o Verão chegue? Por várias razões que não interessa aqui anunciar mas que podem ser resumidas na seguinte frase: porque o último ano foi uma merda em termos pessoais. Tão simples como isso. A verdade é que quando acabar os exames e tiver (ainda mais) tempo para pensar nisto ainda deverá ser pior. Mas, como dizia no outro dia a uma leitora do blog, Setembro é tempo para balanços e esses já não receio. Gostava de poder saltar para Setembro directamente mas com as experiências dos meses que saltei. Esse é o meu sonho neste momento.

sexta-feira, junho 22, 2007

The Smiths - What Difference Does it Make?

Não querendo ser repetitivo aqui fica outro vídeo e outro pedaço de canção. Agora são os meus queridos The Smiths, já que hoje é um daqueles dias em que as letras do Morrissey fazem imenso sentido. É uma actuação num programa de televisão (que acho que não era muito popular, ou antes, era popular mas no mau sentido, acho eu) em que estavam a fazer playback, ou seja, podem ouvir melhor a música. Escolhi este vídeo pela música mas não só, acabei de reparar que os óculos que o Morrissey tem neste vídeo são iguais, iguais, iguais, aos meus. Além disso, tem as típicas flores no bolso de trás. A música é das minhas preferidas deles, é em músicas como esta que se percebe que a banda não era só o Morrissey e o Johnny Marr, toda a banda está no seu melhor. Vejam, oiçam e deliciem-se com a melhor banda de sempre.

All men have secrets and here is mine
So let it be known
We have been through hell and high tide
I can surely rely on you ...
And yet you start to recoil
Heavy words are so lightly thrown
But still I'd leap in front of a flying bullet for you

quinta-feira, junho 21, 2007

Johnny Cash - Hurt

A versão original é dos NIN mas esta versão, cantada pelo Johnny Cash (foi aliás o último vídeo que ele fez antes de morrer), mete essa versão original a um canto. Às vezes custa a ouvir, outras sabe bem ouvir. Qualquer que seja o caso deixa-me sempre com uma lágrima no canto do olho. Para terem uma noção a letra da música começa assim:


I hurt myself today
to see if I still feel
I focus on the pain
the only thing that's real

domingo, junho 17, 2007

Top 10

Estava eu a ouvir a música "I Don't To Get Over You" dos Magnetic Fields e a pensar que adoraria ter escrito aquela música, não conheço nenhuma outra que expresse esse sentimento tão verdadeio. E foi por isso que me lembrei fazer o top 10 das músicas que eu mais gostava de ter escrito, ou porque representam aquilo que sinto e/ou porque são, simplesmente, pura poesia. De referir que o top foi feito um pouco à pressa mas, pronto, aqui vai:

1- The Smiths - Unloveable

I know I'm unloveable
You don't have to tell me
Oh, message received
Loud and clear
2- Morrissey - Seasick, Yet Still Docked


I wish I had the charm
To attract the one I love
But you see
I've got no charm

3- Jeff Buckley - Last Goodbye


This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die.
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for,
More than you'll ever know.
4- The Magnetic Fields - I Don't Want to Get Over You


I don't want to get over you.
I guess I could take a sleeping pill and sleep at will
and not have to go through what I go through.
I guess I should take Prozac, right,
and just smile all night at somebody new,
somebody not too bright but sweet and kind
who would try to get you off my mind.
I could leave this agony behind
which is just what I'd do if I wanted to,
but I don't want to get over you

5- The Smiths - There Is A Light That Never Goes Out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore
6- Joy Division - Isolation

Mother, I tried please believe me,
I'm doing the best that I can.
I'm ashamed of the things I've been put through,
I'm ashamed of the person I am.

7- The Beach Boys - God Only Knows

I may not always love you
But long as there are stars above you
You never need to doubt it
Ill make you so sure about it

8- The Beatles - Yesterday

Yesterday, all my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe in yesterday

9- Morrissey - Trouble Loves Me


Trouble loves me
Walks beside me
To chide me
Not to guide me
It's still much more
Than you'll do

10- Leonard Cohen - Avalanche

I have begun to long for you,
I who have no greed;
I have begun to ask for you,
I who have no need.
You say you've gone away from me,
but I can feel you when you breathe.

sexta-feira, junho 15, 2007

O meu dia

I'm lucky I can open the door and I can walk down the street
Unlucky I've got no place to go and so I follow my feet

Ando viciado em andar a pé. Não acho que seja muito normal mas é a verdade. Talvez seja pelas minhas tendências depressivas desde há uns tempos a esta parte, não sei. Vou para a faculdade a pé em vez de apanhar o metro e demoro o dobro do tempo. Dou voltas desnecessárias para não chegar ao meu destino tão rapidamente. Saio uma ou duas paragens do metro antes ou depois da minha para poder andar um bocado. E por aí fora. Porque é que me lembrei de dizer isto hoje? Porque hoje andei mais do que o costume. Comecei por ir de minha casa (entre o arreiro e as olaias) até à faculdade (Campo Grande) a pé. Nada de especial. Almocei para lá com um amigo meu e como ele ia apanhar o autocarro ao marquês e eu, supostamente, ia para casa, decidimos ir andando a pé até ele decidir entrar no metro ou até que os nossos caminhos se separassem. E lá fomos nós na amena cavaqueira, campo grande, entre campos, campo pequeno, saldanha e, finalmente, marquês. Uma boa conversa mas estava na altura de ir estudar, «mas para quê ir para casa? Vou experimentar ir estudar para um cafézinho a ver o que dá». Lembrei-me de um muito agradável em que estive há uma semana e meia atrás, nos restauradores. Apanhei o metro até à baixa-chiado, passei pela fnac e lá fui eu para o cafézinho. Pedi um bolo e um café (pensei em pedir meia de leite e um brioche mas esse era o conjunto número 2) e sentei-me a estudar durante uma hora. Fartei-me. Não me apetecia ir já para casa por isso decidi ficar mais um pouco a ler o livro do Paul Auster que estou a ler. E soube bastante bem, o livro é muito bom. Levantei-me e pensei: «para quê apanhar o metro no rossio? Já agora vou outra vez à fnac ver se chove por lá», e assim foi. Fiz uma pausa numa loja de ténis no rossio (ando à procura de uns ténis há imenso tempo mas não encontro em lado nenhum). À entrada da fnac, aqueles rapazes com os seus malabarismos a pedirem moedas, «nem que seja um cêntimo». Disse que não tinha. Em resposta recebi um merecido olhar de «Pois sim». Fiz uma nota mental para quando voltasse a passar por lá entregar uma moeda e dizer «Afinal tinha aqui esta esquecida» com um sorriso. (In)felizmente, à saida, estavam já a arrumar as tralhas e eu não disse nada (nota mental: da próxima vez que lá passar vou-lhes dar uma moeda). Fui apanhar o metro ao Rossio, andar nunca fez mal a ninguém. Como sempre, esqueci-me que apanhar o metro no Rossio tem o inconveniente de o metro já vir cheio das pessoas que entraram no chiado. Resultado: sardinha em lata. Do Rossio até Arroios não saiu ninguém pela porta onde eu estava, só entraram. Resultado: muitas sardinhas em lata. Decidi que aquilo era demasiado incomodativo, sai em Arroios. Mais uma vez, lá fui eu a andar até casa.
E pronto, foi este o meu dia.
Ps: Peço desculpa pela minha escrita pretensiosa mas, convenhamos, já é imagem de marca.

terça-feira, junho 12, 2007

Santos - Piada

Irmão: Então, vão (pai e mãe) para alfama?
Pai: Vamos para farra!



O meu pai tem um sentido de humor espectacular, amanhã posto uma que o meu pai disse há uns dias.

segunda-feira, junho 11, 2007

The Shins - Oh, Inverted World

Já me tinha esquecido de quanto este album é bom. Muito, muito bom, mesmo.

domingo, junho 10, 2007

Paredes de Coura 2007

Organização de paredes, para não dizerem que eu não sou amigo aqui estão umas sugestões:


Dinosaur Jr.


Radiohead


The Shins

quarta-feira, junho 06, 2007

Repeat vezes repeat igual a repeat ao quadrado

THE SMITHS - UNLOVEABLE
Oh ...
I know I'm unloveable
You don't have to tell me
I don't have much in my life
But take it - it's yours
I don't have much in my life
But take it - it's yours
Oh ...

I know I'm unloveable
You don't have to tell me
Oh, message received
Loud and clear
Loud and clear

I don't have much in my life
But take it - it's yours

I know I'm unloveable
You don't have to tell me
For message received
Loud and clear
Loud and clear
Message received

I don't have much in my life
But take it - it's yours

I wear Black on the outside
'Cause Black is how I feel on the inside
I wear Black on the outside
'Cause Black is how I feel on the inside

And if I seem a little strange
Well, that's because I am
If I seem a little strange
That's because I am

But I know that you would like me
If only you could see me
If only you could meet me
Oh ...

I don't have much in my life
But take it - it's yours
I don't have much in my life
But take it - it's yours
Mmm ...
Oh ...

domingo, junho 03, 2007

Andrew Bird @ Cinema S. Jorge e Low @ Santiago Alquimista

Dois Concertos. Um no dia 31 de Maio (5ª feira) e outro no dia 2 Junho (Sábado). Um pela segunda vez outro pela primeira mas ambos em locais novos para mim. Aqui ficam uns pequenos comentários:
Andrew Bird

Quando o vi pela primeira vez no Lux em 2005 mal o conhecia e, por isso, as expectativas eram baixas. Acabou por ser um dos melhores concertos a que já assisti até hoje. Desta vez, o meu conhecimento dele era muito maior e, consequentemente, as expectativas também. Não tendo sido um mau concerto, longe disso aliás, ficou bastante aquém das expectativas. O lugar era mau, a sala era enorme, a intimidade foi pouca, os assobios (dele) ainda menos. Mas claro, quando a qualidade do músico é muita nunca um concerto pode ser mau. Já gora, mais uma vez, lembrei-me do Jeff Buckley em dois ou três momentos, têm vozes parecidas, ao vivo.


Low

Não conhecia praticamente nada deles, tinha ouvido duas vezes um álbum e uma vez outro (sendo que eles têm 10) mas a verdade é que foi um dos melhores concertos a que já assiti (concorre talvez com o Rufus Wainwright na Aula Magna, Andrew Bird no Lux e Bonnie 'Prince' Billy no Maxime). O Santiago Alquimista é uma grande sala e o meu lugar era ainda melhor, sentado na primeira fila (a única que estava sentada) numa pequena elevação em madeira a dois metros do palco. Como disse um rapaz no Forum Sons: "a 1a hora de concerto, então, foi talvez a experiência mais intensa (emocionalmente) a que já assisti num concerto..." e eu não posso deixar de concordar. E também concordo com o que foi dito no disco digital: "Poucas palavras foram ditas e também tal não foi necessário. O que se viveu ontem à noite no Santiago Alquimista foi quase uma experiência religiosa entre público e banda, a qual já era há muito esperada, e ainda assim não era de esperar que atingisse níveis tão elevados de contentamento. Memorável. " Assim vale a pena.